A Polícia Federal abriu inquérito contra o presidente Bolsonaro para investigar possível prevaricação no caso da compra da vacina indiana Covaxin.
segunda-feira 12 de julho de 2021 | Edição do dia
Foto: Agência Brasil
O inquérito foi motivado após a denúncia dos irmãos Miranda, feitas na CPI, de que Bolsonaro tinha conhecimento sobre as ilegalidades na compra da vacina.
O caminho que levou à abertura do inquérito pela PF é longo. Quando os irmãos Miranda fizeram a denúncia de que Bolsonaro sabia do envolvimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, três senadores apresentaram notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal. Rosa Weber, portanto, ministra do Supremo, cobrou manifestação da Procuradoria-Geral da República acerca do tema, que por sua vez encaminhou solicitação de investigação à PF.
Cabe lembrar que a chefia da PF é indicada pelo próprio presidente, o mesmo que será investigado pelo crime de prevaricação.
Até agora Bolsonaro não negou nada do que Miranda disse, apesar de se irritar todas as vezes em que é questionado sobre o assunto. Prevaricação é crime previsto em lei no qual o agente público deixa de agir diante de alguma situação visando benefício próprio. Ou seja, o presidente sabia da falcatrua e não fez nada, seja porque se beneficiaria da maracutaia milionária, seja por outrem.
“Eu não respondo sobre reunião. Eu tenho reunião com 100 pessoas por mês, os assuntos mais variados possíveis. Eu não posso simplesmente...chegar qualquer coisa para mim e ter que tomar providência imediatamente, tá certo? Tomei providência nesse caso”, afirmou Bolsonaro quando questionado nesse fim de semana em seu passeio de moto pelo Rio Grande do Sul. Em outras ocasiões chegou a xingar a repórter.
Ao que tudo indica, além de boicotar vacinas, fazer de tudo para o vírus se proliferar, defender o lucro acima de tudo e todos, Bolsonaro sabia das falcatruas feitas dentro do governo e não fez nada.
