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Terceirização | Maioria de terceirizadas no Brasil são mulheres, é preciso lutar pela efetivação sem necessidade de concurso!

Páginas de administração de empresas fazem propaganda da "otimização" dos negócios pela via da terceirização. O principal motivo para terceirizar, segundo a perspectiva dos empresários, é a redução de custos. Porém quem paga essa redução de custos das empresas para que elas lucrem mais? Estatísticas mostram que são as mulheres que pagam essa conta, pois são a ampla maioria das terceirizadas no Brasil, com ênfase para as mulheres negras.

quarta-feira 6 de março | Edição do dia

O mercado de trabalho é racista e machista e isso é possível provar com dados concretos. Estudos de institutos da própria burguesia como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que 80% das empresas utilizam a terceirização em alguma atividade. Lembrando que a partir de 2017 a reforma trabalhista permitiu que as empresas terceirizassem inclusive as atividades-fim, antes as terceirização só era permitida para atividades-meio, como limpeza, vigilância, logística etc. O setor de serviços é o mais terceirizado do país, dados levantados pelo IBGE mostram que 70% das empresas deste setor terceirizam suas atividades.

A terceirização avançou muito no país nos dois primeiros mandatos de Lula nos anos 2000, com uma propaganda de geração de empregos formais, porém uma carteira assinada com a marca da precarização com remunerações de até 1,5 salários mínimos. Foi durante esses governos do PT que os trabalhadores terceirizados passaram de 4 para 12 milhões. Uma política de, na teoria, conciliar os interesses da necessidade de emprego da população com os interesses de maiores lucros para os capitalistas, porém, no fim das contas os maiores beneficiados foram os patrões que tiveram carta branca para explorar esse regime de trabalho precário.

Leia também: A face feminina e negra da terceirização

A ampla maioria das trabalhadoras terceirizadas no país são as mulheres negras em primeiro lugar. O conjunto das mulheres, negras e brancas, compõem a fotografia da terceirização no país e isso não é um fato qualquer. É um fato revelador do racismo e machismo estruturais da economia capitalista. É preciso lutar lado a lado dos setores que mais sofrem e são super exploradas por este regime. Unificar forças de trabalhadores efetivos e contratados temporários ou terceirizados, homens, mulheres, lgbts, estudantes, aposentados, desempregados para lutar pela efetivação de todos, com plenos direitos e dignidade. E essa luta só é possível com independência dos governos e patrões, pois o projeto de conciliação do PT com a direita só o que tem feito é abrir ainda mais espaço para a extrema-direita e não combatê-la. Poderia se pensar que o mal menor da esquerda conciliadora é um golpe fraco contra a extrema-direita, porém, sequer é um golpe. Para golpear a extrema direita que avançou ainda mais com a precarização do trabalho no governo Bolsonaro, é preciso luta nas ruas, com greves e agitações para impor a revogação de todas as reformas que precarizam nossas vidas.

O que a classe dominante mais teme é a nossa unidade! Por redução de jornada de trabalho sem redução salarial, para que assim se gere mais empregos de qualidade. É preciso contrapor a necessidade de emprego digno com os lucros astronômicos da burguesia e assim, organizar uma luta unitária contra a terceirização e precarização do trabalho, pela efetivação de todos sem a necessidade de concurso ou processos seletivos. Pois nossas vidas valem mais do que os lucros deles!

Leia e assine o manifesto contra a terceirização construído por mais de mil intelectuais, juristas, parlamentares e entidades acadêmicas e de representação de trabalhadores(as).




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