×

INTERNACIONAL | Ataque suicida em zona turística de Istambul deixa uma dezena de mortos

Pelo menos dez pessoas morreram e outras quinze ficaram feridas em uma forte explosão que ocorreu nessa terça feira as 10h20m hora local na turística Praça de Sultanahme, no centro de Istambul. Nove dos mortos são alemães. O ataque se dá no marco de uma brutal ofensiva repressiva do governo turco contra o movimento kurdo.

quarta-feira 13 de janeiro de 2016 | 01:00

O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, sustentou que foi obra de “terrorista de origem síria” do qual se suspeita que foi membro do Estado Islâmico, informou a EFE.
Outros meios de comunicações, sem dúvida, apontam o atacante como sendo um cidadão saudita. Segundo a agência Dogan, se trataria de Nabil Fadli, nascido em 1988.

O vice-primeiro ministro Numan Kurtulmus, declarou que o agressor foi identificado por restos encontrados no local do atentado, informa a Reuters.
Imediatamente, a imprensa turca falou que havia nove alemães e um norueguês entre os feridos enquanto a Embaixada do Peru em Ancara confirmou que um cidadão de seu país também está entre os feridos. Também entre vítimas se encontra um guia turístico de nacionalidade turca que habitualmente trabalha com grupos de turistas procedentes da Alemanha.

A explosão se produziu na esplanada da mesquita Azul, região onde existem outros monumentos turísticos como Santa Sofia e o palácio Topkapi. Sendo essa a região do principal complexo turístico de Istambul, cidade que recebe quase 10 milhões de turistas por ano.
Em um vídeo postado por um jornalista pode se ver o caos posterior ao atentado e um veiculo policial tentando resgata algumas pessoas em seu interior.

“Escutamos um som forte e olhamos ao céu para ver se estava chovendo porque pensei que fosse um trovão, mas o céu estava claro”, relata à Reuters um turista do Kuwait de 24 anos, que estava fazendo compras em dos bazares. “A explosão foi muito forte. Nos sacudiu muito”, conta uma mulher que trabalha em uma loja de antiguidades próxima ao local.

O Governo turco proibiu os meios de comunicações de divulgar vídeos ou fatos relacionados ao atentado. O vice-primeiro ministro enviou uma hora depois da explosão uma ordem do Conselho de Rádio e Televisão impondo o veto temporário aludindo razões de interesse de segurança nacional e ordem pública.
“Se considera apropriado a imposição da proibição temporária da difusão sobre o incidente” assinala a ordem de sobre a explosão produzida em Sultanahmet.

Os meios de comunicação têm cumprido em geral essa ordem, uma medida que o governo turco tem adotado rotineiramente nos últimos anos, quando se produziram situações semelhantes. A oposição e organizações civis têm denunciado este tipo de censura e no Twitter podem-se ver mensagens de rechaço, afirmando que nesse tipo
de ataque as proibições chegam antes das ambulâncias.

A Turquia tem sido alvo freqüente de atentados nos últimos meses, no marco da ofensiva repressiva do Governo Erdoğan e do estado turco, especialmente contra o movimento kurdo. No dia 10 de outubro passado, aproximadamente uma centena de pessoas morreram e mais de 500 ficaram feriadas em um atentado em Ancara. Na sua maioria se tratava de militantes de esquerda solidários com a causa do povo kurdo.

Esse ataque foi o maior sofrido pelas forças de esquerda e sindicais em décadas. Tratou-se de um ato brutal dentro de uma onda de massacres, no marco de uma bonapartização do regime de e Erdoğan ao qual responsabilizamos de forma direta ou indireta, pelo atentado.
Pouco antes, em 20 de julho, um suicida se detonava em um ato de organizações de esquerda a favor dos kurdos da Síria, na localidade de Suruc, matando 33 pessoas.

Nos últimos meses o regime turco tem avançado em sua militarização e medidas repressivas contra toda a oposição, em especial contra o povo Kurdo, que continua resistindo tanto ao regime de Erdoğan bem como a ofensiva do Estado Islâmico em Rojova e no norte da Síria.
Entre os últimos e brutais atos de repressão contra os kurdos na Turquia esta o assassinato de três ativistas kurdas Seve Demir, Pakize Nayır y Fatma Uyar pelas mãos da policia turca no ultimo LUNES e a matança de doze estudantes, também pela policia em Edremit.

No sábado, dia 26 de dezembro, na cidade de Dusseldorf, ocorreu uma manifestação impressionante em solidariedade à população kurda na Turquia. Enquanto recrudesce a ofensiva militar do regime assassino de Erdoğan contra o povo kurdo, a União Européia premiou a Erdoğan com U$$ 3 milhões de euros para que se ocupe de frear a chegada de refugiados sírios a Europa.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias