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Violência policial racista | A polícia não só foi cúmplice com ameaça de morte a jovem negro em SP: o agressor é policial civil

Não só a polícia militar foi cúmplice frente ao risco de vida de um jovem negro em frente a Estação Carandiru do metrô, na zona norte de São Paulo, como também o homem que aparece agredindo e apontando uma arma contra o adolescente é investigador da Polícia Civil de SP.

quinta-feira 16 de novembro de 2023 | Edição do dia

O homem que aparece agredindo e apontando uma arma contra um adolescente negro em frente a Estação Carandiru do metrô, na zona norte de São Paulo, é investigador da Polícia Civil de São Paulo. O vídeo feito pela Ponte Jornalismo repercutiu pelas redes na segunda-feira (13) em repúdio à policial militar fardada parada em frente ao metrô que assistiu a tudo sem mover um dedo, e pelo contrário, chutou o adolescente quando ele lhe pediu ajuda. Porém, agora o caso se torna ainda mais expressivo do papel nojento das polícias, pois não só a polícia militar foi cúmplice frente ao risco de vida de um jovem negro, como também a polícia civil participou ativamente desta violência racista.

Portanto, todo o conteúdo do vídeo é de responsabilidade da instituição racista da polícia. Desde a policial militar que alegou estar de folga e não poderia fazer nada frente à possibilidade de morte do jovem, que só não foi baleado por ter sido protegido por uma mulher que se colocou na sua frente, até a própria bala que poderia matar mais um jovem negro viria da polícia civil. Agora, a policial militar está afastada e investigada pelo Inquérito Policial Militar (IPM), enquanto a agressão do policial civil está sendo apurada pela Corregedoria da Polícia Civil, já que os crimes cometidos pelas polícias são tratados pela própria corporação, parte dos privilégios e da impunidade que diariamente arranca vidas de jovens negros.

A policial militar estava fardada, e apesar de ter dito que a única coisa que poderia fazer era ligar no 190 para acorrer ao crime que se desenrolava sob seus olhos, quando foi questionada pelo jornalista que filmou a cena parece ter se esquecido da folga e tentou dar voz de prisão a ele por danos morais. Enquanto o agressor armado não se identificou como policial em nenhum momento, mas se sentiu bastante protegido pela própria posição para fazer esta barbaridade sem nenhum receio, mesmo em frente a uma outra policial fardada e sendo filmado.

Estas condutas não são apenas “erros pontuais” ou de aprender a “diferenciar bandido de trabalhador” como disse Lula recentemente, e sim é alimentada pelo financiamento do próprio governo federal à repressão nos estados governados pela extrema-direita bolsonarista como Tarcísio de Freitas em São Paulo e Cláudio Castro no Rio de Janeiro, mas também na Bahia governada por Jerônimo Rodrigues do PT, os 3 estados que tem protagonizado chacinas contra a população negra e periférica no último período. Assim como indica o recente PL 3.045/2022 que dá respaldo à violência policial e teve como relator o senador Fabiano Contarato do PT, aprovado no Senado com apoio de Bolsonaro e que presenteia policiais militares com julgamento e prisão especiais, assim como uma série de proteções em casos de violência durante o serviço, e fortifica a vinculação entre a polícia e o exército, aprofundando o militarismo e a impunidade das forças repressivas no país.

Em pleno mês da Consciência Negra em que presenciamos os inúmeros casos de violência policial em nosso país, vemos ainda o governo Lula-Alckmin aprovar as polícias em “treinamento” para a nova intervenção imperialista da ONU no Haiti, além de acompanhamos o massacre ao povo palestino pelo Estado de Israel. Neste 20 de novembro, é preciso tomar as ruas em luta pelo fim das polícias, pela ruptura das relações entre Brasil e Israel e pelo fim da cooperação brasileira com a repressão no Haiti, inspirados pela insubmissão de Zumbi e do Quilombo dos Palmares para enfrentar as consequências dos anos de escravidão e colonialismo mantidos pelo capitalismo e pelo racismo.

Saiba mais: No 20N vamos às ruas pela ruptura das relações Brasil-Israel e contra a cooperação para intervir no Haiti! Chega de chacinas!




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