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Luta contra a privatização | Unificar os metroviários contra a privatização de Tarcísio em unidade com a CPTM, Sabesp e a população

Declaração dos diretores do Sindicato dos Metroviários do Movimento Nossa Classe: Fernanda Peluci, Felipe Guarnieri, Marília e Larissa

Tarcísio de Freitas segue com forte ofensiva privatista contra as empresas estatais do estado de SP, declarando guerra contra os trabalhadores do Metrô ao anunciar a privatização de todas as linhas, e avançando mais contra a CPTM e a Sabesp, para garantir o lucro de grandes empresários em detrimento dos serviços públicos essenciais para a população.

quinta-feira 31 de agosto de 2023 | Edição do dia

Foto: Chico A. Ferreira/ Estadão Conteúdo

Nós, metroviários e metroviárias de SP, podemos ser vanguarda na luta contra a privatização em SP, como demonstramos em março com a forte greve que fizemos contra Tarcísio, e estávamos mais uma vez com greve marcada para o último dia 15/8. Nossa mobilização levou ao adiamento do pregão para a terceirização da manutenção de trens da Linha 15 - Prata (Monotrilho), mas não seu cancelamento, já que o Metrô disse que pretende terceirizar, e negociar somente a forma de fazê-lo. Já as demissões dos trabalhadores do Monotrilho, o Metrô não aceitou sequer negociar, pois seu objetivo é acobertar as falhas pra seguir protegendo os lucros exorbitantes da Alstom.

O que está em jogo é um cronograma apresentado por Tarcísio prevendo a privatização total do Metrô até o fim de 2025, como ele anunciou, mostrando serviço para se alçar como herdeiro do bolsonarismo e possível candidato em 2026, e avançar na privatização da CPTM e da Sabesp. Sua vitória ou derrota no Metrô será determinante para o curso das demais privatizações e ataques no país. Cada batalha dessa guerra declarada contra os trabalhadores que fazem funcionar o maior Metrô da América Latina, e a população que utiliza o transporte, é determinante.

Por isso, nós metroviários do Movimento Nossa Classe, na assembleia que deliberou sobre a greve pro dia 15/8, defendemos mais uma vez que nós entrássemos em greve, pois não podemos aceitar estes planos privatistas anunciados que querem destruir os transportes e o saneamento, e que vai precarizar os serviços pra população, e também porque a terceirização da manutenção dos trens do Monotrilho está colocada, os trabalhadores do Monotrilho continuam demitidos, e nossos direitos, condições de trabalho e emprego seguem sob forte ameaça, pois o Metrô segue sem contratar funcionários, não vem cumprindo com os acordos feitos com a categoria e segue mantendo outras demissões em diversos setores. Defendemos também o chamado público aos sindicatos dirigidos pela CUT, CTB e UGT à unidade na greve, que eles não estão construindo - o que mostra como é pura demagogia quando a atual oposição à nossa gestão do Sindicato (CUT) aparece nas assembleias pra defender de forma oportunista a greve, enquanto que em ferroviários a direção da CUT se nega a organizar os trabalhadores para a greve contra a privatização.

Lamentavelmente a posição defendida por todas as demais correntes da diretoria do Sindicato dos Metroviários (tanto a Resistência-PSOL, como o PSTU, CST e a RS-PSOL) foi de não entrar em greve, e tivemos, nesta luta, mais esta oportunidade perdida. E de novo, já que a maior parte desses setores na campanha salarial defenderam também não entrar em greve. Isso está dando tempo para uma nova reorganização e fortalecimento do governo e do Metrô, para seguir avançando no plano de privatização, aprofundando os ataques envolvidos neste projeto e buscando avançar na opinião pública, na qual vieram muito desgastados, depois da nossa greve de março e das falhas nas linhas privatizadas da CPTM. Mais uma prova disso é que dia após dia o Metrô e Tarcísio aparecem com novos ataques cada vez mais duros, como é o recente e absurdo plano de carreira apresentado para a categoria metroviária que pretende já preparar o Metrô para a privatização e transformá-lo na CCR.

Enquanto isso, na Sabesp, Tarcísio vem anunciando que vai acelerar sua privatização; a recente aprovação do arcabouço fiscal pela frente ampla Lula-Alckmin no Congresso permite o fortalecimento e aceleramento das privatizações nos estados; Metrôs de norte a sul do país lutam contra a privatização do governo federal, como em BH e Recife; e neste mês foi firmado entre CCR e Ministério Público um acordo que permite a esta empresa seguir a concessão das Linhas 8 e 9 a partir de pagar menos de 800 mil entre multa e investimento nestas linhas, que vêm diariamente causando graves transtornos pra população. Cada centavo disso vêm dos impostos pagos pela população que já arca com o péssimo serviço prestado da Via(I)Mobilidade, e a CCR ainda tem a cara de pau de pedir dinheiro pro Estado solicitando reequilíbrio financeiro. Esta empresa, agora, se fortalece pra comprar também a Linha 7 da CPTM que está na mira da privatização. Ou seja, tudo acaba em pizza, com o MP avalizando a caótica privatização pra dar seguimento à agenda de privatização do governo do estado.

Enquanto a maioria do sindicato não apontar a seta para o caminho da luta, com a construção de uma forte greve, e ao mesmo tempo exigir e denunciar a inação das grandes centrais sindicais que apoiaram o arcabouço fiscal e que não vêm organizando uma luta séria e consequente nas categorias que estão contra o avanço deste ataque nacional e dos planos de Tarcísio, este projeto de privatização vai seguir forte e avançando.

Centrais sindicais estas que estão presentes nos sindicatos da CPTM (UGT e CUT) e Sabesp (CTB) que não vêm organizando assembleias de base nas suas categorias para preparar a greve unificada contra as privatizações, nem mesmo em outubro. As mesmas centrais sindicais que junto com a Força Sindical não convocaram nenhum plano de luta contra o arcabouço fiscal e seguem negociando o novo imposto sindical com o governo e os empresários, enquanto os trabalhadores continuam sofrendo com as reformas trabalhista e da previdência. Durante todo esse período atuamos para que nosso sindicato fizesse essa denúncia e exigisse que as principais centrais sindicais se mobilizassem, desmascarando suas direções na base. Contudo, a maioria do Sindicato não teve acordo com essa política e deliberou contra o chamado a construir em unidade a greve.

As medidas que vêm sendo tomadas contra a privatização são importantes, como as cartas abertas à população e a realização de um plebiscito contra a privatização – que chamamos todos os metroviários a comparecerem no seu lançamento, dia 5/9 na quadra dos bancários, em conjunto com Sabesp e CPTM –, mas somente como instrumentos para fortalecer e construir uma greve unificada, pois sem isso são insuficientes para derrotar o projeto privatista.

É necessário unificar a categoria metroviária, e fortalecer as batalhas em curso para avançar na mobilização, como nós do Movimento Nossa Classe defendemos na última reunião de diretoria no caso do tráfego da Linha 2 Verde. Lá, os operadores de trem vêm implementando o boicote contra o plano de contingência anti-greve, e sofrendo ameaças de punições e assédio moral , e o sindicato deveria estar fortalecendo este movimento pra avançar na mobilização, e não à estes trabalhadores um recuo no movimento, como a maioria da diretoria fez na reunião, o que felizmente foi rechaçado na base de operadores de trem da Linha 2, mantendo-se o boicote.

É necessário unificar toda a categoria: com destaque para as áreas onde a empresa vem atacando primeiro, como o Monotrilho e a Linha 2 Verde, lutando contra a terceirização da manutenção, em defesa de contratação urgente em todas as áreas, em unidade com a população que sofre com a precarização, e junto aos ferroviários e trabalhadores da Sabesp, numa luta que se some contra o arcabouço fiscal da frente ampla Lula-Alckmin, no sentido de avançar para uma forte greve unificada para derrotar Tarcísio de Freitas e seus planos privatistas.




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