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Terceirização | Terceirizados da limpeza da UFRN paralisam e com grande ato conquistam seus salários

Contra a empresa Criart e a REItoria, nesta sexta feira (10), as trabalhadoras terceirizadas da limpeza deram mais uma vez exemplo no enfrentamento aos ataques.

Marina EstrelaEstudante de Letras da UFRN e militante da Faísca Revolucionária

domingo 12 de novembro de 2023 | Edição do dia

Contra a empresa Criart e a REItoria, nesta sexta feira (10), as trabalhadoras terceirizadas da limpeza deram mais uma vez exemplo no enfrentamento aos ataques. Com salários atrasados há oito dias e denúncias de férias caindo com atraso de mais de vinte dias, pela manhã as trabalhadoras terceirizadas convocaram uma assembleia no Centro de Convivência. Inspiradas pela luta de terceirizados da manutenção, que já paralisou duas vezes esse semestre, motoristas e em seu próprio legado, as trabalhadoras da limpeza decidiram sair em ato até a Reitoria por seus direitos e conquistaram seu pagamento ainda na tarde da sexta.

A empresa responsável pela manutenção é a D&L, cujos donos são os mesmos da Criart, que emprega o setor de limpeza, e colecionam denúncias nacionalmente, como na Universidade Federal de Santana Catarina (UFSC), quanto às condições absurdamente precárias de trabalho e não pagamento dos direitos dos trabalhadores. No canteiro de obras, por exemplo, onde ficam os trabalhadores da manutenção, não há nem ao menos geladeira para armazenar os almoços, que ficam guardados em estufas improvisadas que eles chamam de “chocadeiras”. Além disso, quinta os motoristas da UFRN pela empresa D&L realizaram uma paralisação de duas horas pelo pagamento de seus salários que caiu no mesmo dia.

Toda a universidade é atravessada e mantida de pé pela mão-de-obra terceirizada, porta de entrada pra escravidão moderna. A Servite, empresa terceirizada da capinagem na UFRN, tem como dono o asqueroso Rogério Marinho, político bolsonarista potiguar de direita relator da reforma trabalhista, outro grande ataque aos trabalhadores que aprofundou a terceirização. Por isso, não podemos separar a luta dos terceirizados da luta contra os ataques de conjunto. Estamos vindo de anos de ataques brutais de Temer golpista e de Bolsonaro, mas não esqueçamos que a terceirização triplicou nos primeiros anos de governo Lula e agora se intensificará ainda mais com o Arcabouço Fiscal e com os cortes no orçamento das universidades direcionados às bolsas, aos serviços e até mesmo à pesquisa, precarizando o ensino, a produção de conhecimento e o trabalho dentro da universidade juntamente com o corte de 116 milhões na CAPES.

A reitoria é também responsável pela terceirização dentro da universidade, ela descarrega a crise nas costas dos estudantes e trabalhadores, demitindo bolsistas e atacando os terceirizados, inclusive porque co-assina o contrato de cada trabalhador terceirizado. É inadmissível que uma universidade de excelência como a UFRN se utilize do trabalho terceirizado para manutenção da sua estrutura de poder excludente e dos lucros dos patrões. Por isso, defendemos um Movimento Estudantil independente dos governos, dos patrões e das reitorias, que confie na força da aliança dos estudantes com os trabalhadores que fazem a universidade e o mundo funcionar!

Assim, exigimos que o DCE da UFRN, dirigido pelas Juventudes do PT e PCdoB, organize de fato e desde as bases, com assembleia amplamente divulgada, para que os estudantes tenham voz e voto, a luta dos estudantes contra os ataques da Frente Ampla, contra as demissões dos bolsistas e em defesa dos terceirizados. Assim como para organizar de fato a luta contra o aumento das passagens de ônibus e contra o projeto reacionário que corre na Câmara de Vereadores que promove audiências contra o aborto, direito fundamental para que as pessoas que podem gestar parem de morrer por abortos clandestinos. Exigimos também que os Centros Acadêmicos dirigidos pela dita oposição, como o CACS e o CALET dirigidos pelo Movimento Correnteza, rompam com a subordinação à inércia da direção do DCE, a mesma da UNE, e convoque, construa e apoie essa luta.

O Esquerda Diário é uma mídia independente, uma alternativa às mídias dos patrões que realmente dá voz à luta dos trabalhadores. Estamos sempre a disposição para cobertura das mobilizações e para o recebimento de denúncias que podemos publicar de forma anônima, preservando a segurança dos trabalhadores, mas expondo todos os absurdos vividos.




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