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Greve Linha 6 do Metrô | Tarcísio é INIMIGO dos trabalhadores da construção do metrô e AMIGO da fraudulenta Acciona

Governador foi até a Espanha leiloar a Sabesp e o Trem Intercidades para a empresa Acciona. Tarcísio de Freitas entrega os recursos nacionais de mão beijada para os patrões, enquanto aplaude a exploração e avança na precarização e terceirização do trabalho.

quarta-feira 6 de setembro de 2023 | Edição do dia
Foto: Rubens Cavallari - 26.jan.2023/Folhapress

A Empresa

Você sabia? A empresa espanhola Acciona, atual dona da concessão de construção e operação da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo, é uma das empresas mais fraudulentas do mundo e esteve envolvida em um esquema de corrupção e fraudes que durou cerca de 25 anos (1992 a 2017). O esquema de fraude funciona com a empresa pagando propina aos governos para ganhar concessões do Estado.

A empresa é uma das 5 maiores construtoras do Brasil, com faturamento anual chegando na casa dos BILHÕES. Foi cerca de 1,3 bilhões faturados em 2021, absurdos 657% de aumento na faturação se comparado a 2020. O faturamento da empresa em 2022 só aumentou, chegando à casa de mais de 2 bilhões, um aumento de 37%. Só na obra da Linha 6, ganharam R$ 7,5 bilhões do BNDS e R$ 7,8 bilhões do governo de SP.

O governo

No começo de seu mandato, em 2023, Tarcísio de Freitas instituiu o Decreto 67.443, que instituiu o Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). Na linguagem comum: um programa de desestatização e de entrega dos recursos nacionais às empresas privadas, para servirem de fontes de lucros exorbitantes aos capitalistas, principalmente os capitalistas estrangeiros, como os executivos da Acciona.

A Sabesp, por exemplo, está nesse momento passando por um processo de privatização. Apesar do grande rechaço da população, Tarcísio avança em entregar a água e o saneamento básico para as mãos privadas. A Acciona é uma das queridinhas do governador para assumir a concessão. O resultado a população já sabe bem: serviço mais caro e de péssima qualidade.

O governador já prometeu avançar na entrega da CPTM e do Metrô de SP e também já sondou conceder o Trem Intercidades para ninguém mais ninguém menos que: a Acciona.

Por que Tarcísio é inimigo dos trabalhadores e da população?

O governador de extrema-direita escolhido a dedo por Bolsonaro quer ser conhecido, como expressou a própria Folha de SP, como o “governador das privatizações”. As privatizações são uma marca dos governos neoliberais e aparece na boca de políticos inimigos dos trabalhadores com o nome pomposo de “Parcerias Público Privadas (PPP)”.

Se aproveitando dos mecanismos criados pelo Arcabouço Fiscal (Novo Teto de Gastos) do governo Lula-Alckmin, que favorece uma agenda de privatizações para ajustes fiscais, e se aproveitando também da Reforma Tributária, Tarcísio já prepara o martelo para tornar São Paulo um laboratório dessas mudanças.

A privatização significa diretamente uma piora na qualidade dos serviços prestados e uma intensificação na precarização do trabalho. Peguemos o exemplo da Acciona comandando as obras da Linha 6 do metrô.

Em primeiro lugar, a empresa ganhou mais de 15 bilhões do governo (até agora) para a grande obra. Quem sabe quanto está sendo gasto? Qual o nível de transparência? Em segundo lugar, a empresa fará a construção às custas de um salário de miséria para um trabalho que requer uma mão de obra qualificada, com condições de trabalho extremamente precárias, como forma de enxugar os gastos com o empreendimento. Além disso, receberá todos os recursos do Estado para não somente construir como operar o transporte da Linha 6, ou seja, lucrará às custas também da população que pagará um serviço cada vez pior.

Enquanto ganha bilhões e nada em rios de dinheiro, distribuindo mais de R$ 2,5 bilhões para seus acionistas, a Acciona fornece alimentos estragados aos seus trabalhadores e oferece um Vale Refeição miserável de 150 reais.

Em outras palavras, privatização significa a subordinação ainda maior dos trabalhadores e da população ao capital privado (e, na maioria das vezes, estrangeiro), elevando a exploração patronal sobre os trabalhadores e os recursos nacionais. Isso tudo sendo feito sob o comando direto do governo de conciliação de Classes Lula-Alckmin, com o governo de extrema direita em SP Tarcísio batendo palmas.

“Quem faz a obra somos nós” e quem move o mundo também!

Os trabalhadores da construção civil da obra da Linha 6 - Laranja do Metrô de SP estão bravamente mostrando o caminho e deixando claro qual é a língua que a patronal e os governos escutam: a língua da luta de classes.

Frente a esse imenso avanço das privatizações, as Centrais Sindicais, que deveriam ser uma ferramenta do trabalhador nas suas lutas, estão completamente paralisadas, deixando passar a boiada e negociando seus privilégios. É preciso levantar a bandeira: CUT e CTB, é preciso PRA JÁ de um plano de lutas contra as privatizações, contra a precarização e pela revogação imediata das Reformas da Previdência e trabalhista e de cada um dos ataques como o Arcabouço Fiscal.

Qual seria a força dos trabalhadores se as categorias se unificassem? O que seria de Tarcísio se dezenas ou centenas de categorias entrassem em greve? Os trabalhadores da Acciona, os metroviários, os ferroviários, trabalhadores da SABESP, trabalhadores da Eletrobras. Eles não são apenas capazes de manejar uma ferramenta, são também eles quem faz o mundo funcionar dia a dia, desde um metrô que se movimenta levando os trabalhadores, até aqueles que deixaram essa ou aquela estação prontinha para os passageiros.

Os trabalhadores da Acciona são exemplos! E se Tarcísio é amigo dos patrões, será também um inimigo declarado e encarniçado dos trabalhadores.

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