Confirmando sua censura, o STJD julgou hoje Carol Solberg por seu grito de "Fora Bolsonaro". Decisão confirmou punição à atleta, mesmo convertendo a multa em advertência. Manifestamos nosso apoio a Carol e estamos lado a lado para combater o autoritarismo judiciário.
terça-feira 13 de outubro de 2020 | Edição do dia
O STJD, órgão vinculado à Confederação Brasileira de Vôlei, julgou o caso da jogadora de vôlei Carol Solberg. A atleta havia sido punida com uma multa de R$ 1 mil por sua manifestação após uma partida em que declarou "Fora Bolsonaro" em entrevista.
Por 3 votos a 2 o tribunal decidiu manter punição a atleta, apenas convertendo a multa em advertência.
Numa demonstração da censura explícita por parte do tribunal, Otacílio Soares de Araújo, um dos auditores responsáveis pelo julgamento declarou que:
"O atleta tem que saber que é o grande artista do espetáculo e que tem certas horas em que você não pode falar coisas dentro da quadra de jogo. Dentro da quadra de jogo é errado [se manifestar politicamente], senão daqui a pouco vira moda"
Contra aqueles que desejam silenciar os atletas, domesticar os esportes, Carol Solberg corajosamente levantou sua voz para denunciar um governo que é cúmplice desse mesmo autoritarismo judiciário.
Assistimos em todo o mundo atletas de diversas modalidades usando de sua influência para levantar importantes bandeiras, seja dentro ou fora das quadras, como é o caso dos jogadores da NBA que chegaram a cancelar um jogo em protesto contra mais uma morte de um jovem negro nos EUA.
O esporte não está separado da sociedade. Os atletas não são máquinas que devem apenas entregar seus corpos, tendo sua imagem explorada por patrocinadores, e se calar para o mundo fora das quadras. Defendemos o direito de Carol Solberg e todo atleta se manifestar democraticamente e estamos lado a lado com ela pra enfrentar o autoritarismo judiciário.