Em Assembleia Geral realizada na manhã de ontem (15), os Rodoviários de São Luís (MA) decidiram entrar em greve à partir de hoje (16), por não aceitarem a proposta dos patrões de conceder reajuste salarial de 5%, mas mediante, a demissão de todos os cobradores do sistema. A categoria pede um reajuste salarial de 15%, a não demissão dos cobradores, entre outros direitos. Todo apoio à essa greve legítima!
quarta-feira 16 de fevereiro de 2022 | Edição do dia
Além do reajuste nos salários, a categoria reivindica ainda tíquete-alimentação no valor de R$ 800, inclusão de um dependente no plano de saúde, regularização dos salários atrasados e que sejam assegurados os empregos dos cobradores de ônibus.
A proposta da patronal foi feita na semana passada, durante audiência no MPT- MA. Segundo o Sindicato dos Rodoviário os patrões estão descumprindo cláusulas econômicas da nova Convenção Coletiva de Trabalho com vigência para 2022.
“Mais uma vez, os patrões foram para a audiência, sem uma proposta que atenda as reivindicações dos trabalhadores. A classe empresarial, alega não ter receita para garantir o reajuste salarial e aumento no valor do ticket alimentação”, disse o sindicato.
Nos últimos dias, nenhuma outra contraproposta foi apresentada pelos patrões. Sem outra alternativa, durante a Assembléia realizada nesta terça (15), os trabalhadores, decidiram por unanimidade, deflagrar greve geral no sistema, já a partir das primeiras horas desta quarta-feira (16).
Mostrando como a Justiça sempre está do lado da burguesia e dos patrões, buscando atacar o legítimo direito de greve dos trabalhadores, o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) mantenha 80% da frota do transporte público na Região Metropolitana de São Luís em circulação durante a greve. A medida foi tomada após requerimento do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), ou seja, em conluio com o sindicato patronal, escancarando como o Estado serve para garantir os interesses dos patrões.
A justiça burguesa, por meio do TRT, diz que caso não se cumpra o mínimo de 80% da frota do transporte público em circulação na Região Metropolitana de São Luís ou faça algum protesto como a circulação de veículos sem cobranças de passagens, "Operação Tartaruga", barricadas nas portas de garagens ou impedir rodoviários que não queiram aderir ao movimento grevista, o Sttrema pagará uma multa diária de R$ 50 mil.
Isso é um claro ataque ao direito de greve, em meio à diversos ataques à classe trabalhadora, como a reforma trabalhista e da previdência, enquanto os capitalistas lucram cada vez mais, e também um ataque inaceitavel ao sindicato.
Em outubro de 2021 os Rodoviários deflagraram a maior greve já registrada na Grande Ilha de São Luís, quando 100% dos ônibus não rodaram por 12 dias. Esses exemplos de luta, como essa greve do ano passado e a greve atual, são um grande exemplo para toda a classe trabalhadora do Brasil de como lutar contra os ataques dos capitalistas, que, por meio de Bolsonaro, Mourão e todos os políticos do regime golpista aberto em 2016, aplicaram uma série de ataques que precarizam e garantem a superexploração da nossa classe, como a reforma trabalhista, a reforma da previdência, as privatizações e outras medidas. Todo apoio à essa greve legítima!