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CPI das Americanas | Relatório encoberta culpados enquanto 40 mil trabalhadores têm empregos ameaçados

terça-feira 5 de setembro de 2023 | Edição do dia
Foto: Letícia Pontual

Depois de serem acusados, no início deste ano, pelo BTG Pactual, articulador das reformas anti-trabalhadores e da autonomia do Banco Central, de terem arquitetado a “maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país”, agora ex-executivo da empresa acusa publicamente possível participação do grupo de acionistas LTS no escândalo da Americanas que já ultrapassa o patamar dos R$ 40 bilhões.

Em depoimento escrito à CPI da Americanas, ex-CEO Miguel Gutierrez afirma que o trio de acionistas bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, participavam ativamente do cotidiano da companhia de varejo, especialmente no setor financeiro, fosse por meio da presença dos controladores ou de pessoas diretamente ligadas a eles nos conselhos do setor, onde foi executada a fraude. Afirma ainda que a investigação feita pela companhia após a revelação da fraude foi inexistente, resultando em acusações falsas contra ele, com a intenção de culpar a antiga diretoria para proteger o conselho de administração e os controladores.

O relatório final da CPI da Americanas, apresentado nesta segunda-feira pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), alegou que o prazo foi insuficiente e que através das provas coletadas até o momento não foi possível “imputar a respectiva responsabilidade criminal, civil ou administrativa a instituições ou pessoas determinadas”.

O grupo LTS, cujo "império" construído tem bases acusadas de fraude, corrupção e um rombo de R$40 bilhões que não convence ninguém que não foi percebida por eles, alega que foi “enganado por malfeitores que serão responsabilizados pelas autoridades competentes”. Vale lembrar que o empresário Jorge Paulo Lemann, que controla as lojas americanas no Brasil, é um dos bilionários mais ricos do país e tem sua vida diretamente ligada à direita golpista. Entre alguns dos seus mais reacionários projetos, está o financiamento de eventos do MBL e “Vem Pra Rua”, que ajudou a golpear Dilma. Desde o governo Temer, passou a ter cada vez mais influência dentro dos governos, chegando a ter poder de indicação de gestores da Eletrobrás, ajudando no processo de desmonte e privatização da empresa.

Além disso, entre os parlamentares eleitos pela Fundação Lemann que, mesmo em diferentes partidos (PDT, PSB e NOVO), compartilham uma ideologia neoliberal disfarçada de nova, está Tábata Amaral, cujo maior feito até agora foi justamente votar a favor da Reforma da Previdência, seguindo fielmente as ideias do seu mentor/patrocinador que busca cada vez mais massacrar os trabalhadores em nome de seus lucros. O mais recente projeto da Fundação Lemann segue contemplado dentro do governo Lula-Alckmin, esse que já demonstrou não ter nenhum interesse em revogar as reformas, avançando ainda mais na precarização através do Arcabouço-Fiscal.

Enquanto têm sua ganância acobertada e seus privilégios mantidos, esses bilionários nojentos que vivem exclusivamente da exploração do trabalho alheio, em regimes cada vez mais precários e avalizados pelos governos, brincam com o emprego e o futuro de mais de 40 mil trabalhadores.

A unidade que pode de fato derrotar todos os ataques a nossa classe é a dos trabalhadores, junto a todos os setores mais oprimidos da sociedade, de forma independente do novo governo Lula-Alckmin e das instituições do regime. E isso começa com as principais centrais sindicais rompendo com a passividade construída em prol da frente ampla e convocando assembleias em cada local de trabalho, unificando a luta da classe trabalhadora pela revogação integral das reformas e privatizações que seguirão massacrando a classe trabalhadora e os mais pobres enquanto não forem revogadas.




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