A Rádio Itatiaia de Minas Gerais e o prefeito João Dória de São Paulo tiveram a mesma preocupação nessa segunda-feira (12): tentar esconder a força da greve da educação estadual em Minas Gerais e a dos professores municipais em São Paulo.
Flavia ValleProfessora, Minas Gerais
terça-feira 13 de março de 2018 | Edição do dia
No caso da rádio mineira, a notícia da Rádio Itatiaia afirmava que duas escolas centrais de Belo Horizonte os professores não estariam em greve. Porém, era uma notícia com informações falsas. Uma das escolas em questão é a E.E. Olegário Maciel que aderiu 100% à greve. E a outra o Estadual Central, em que 55 professores estão em greve e 22 trabalhando, segundo informações da direção estadual do Sind-UTE/MG.
Já o prefeito João Dória, que só não é mais rico que o prefeito de Betim, Vitório Medioli, afirmou em coletiva de imprensa na mesma segunda-feira, que esteve no lançamento de uma CEI (Centro de Educação Infantil), na zona sul da capital paulista, e que lá tudo estava funcionando e operando normalmente. Como sempre, para os prefeitos das classes dominantes vale mais uma propaganda isolada do que a realidade nua e crua.
E a realidade é que a greve na educação da rede municipal de São Paulo contra a reforma da previdência paulista de Dória, o SAMPAPREV, começou com uma assembleia com mais de 10 mil professores e se estende nas escolas. E a rede estadual de educação em Minas Gerais entrar na primeira semana de greve com uma importante adesão nas escolas.
Lutamos contra o atraso dos salários que gera endividamento das famílias; o não pagamento do piso salarial que leva a desvalorização de nosso salário; atraso no pagamento do Ipsemg que gera uma intensa precarização no atendimento da saúde dos professores e nossas famílias; além de toda precarização no trabalho das trabalhadoras da cozinha, faxina e portaria das escolas, as ASB, que são a cara da intensa precarização do trabalho dentro das escolas.
A Rádio Itatiaia e o prefeito João Dória tem um objetivo em comum: tentar criar obstáculos no caminho da luta em defesa da educação e dos direitos dos trabalhadores que hoje protagonizam uma greve contra prefeitos de direita. E contra governos de conciliação de classes como o de Fernando Pimentel, do PT, que retira direitos dos trabalhadores em consonância com o governo golpista de Temer. Na prática, em ambos governos são os trabalhadores quem pagam pela crise nos estados enquanto os capitalistas seguem seus lucros.
A agrupação Nossa Classe Educação se soma ao pedido do direito de resposta na Rádio Itatiaia. Como estamos fazendo desde a Escola Estadual Helena Guerra, devemos massificar o diálogo com a população, explicando os motivos de nossa greve e de nossa luta ser parte da defesa da educação contra esses governos capitalistas, que atacam nossos direitos e sucateiam os serviços públicos para depois abrir caminho para a terceirização e privatização.