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PETROBRAS | Petrobras: o elo nada secreto entre o aumento do diesel e o avanço da privatização

Na noite de ontem a Petrobras anunciou o aumento do óleo diesel, principal combustível usado no transporte de cargas do país. O anúncio feito pelo presidente da empresa, Castelo Branco, colocado em seu cargo por Bolsonaro, veio acompanhado do anúncio da criminosa privatização de 50% da capacidade de refino do país. Ou seja, riquezas nacionais que demoraram décadas para serem construídas, para que tecnologias fossem dominadas, serão entregues a preço de banana para gigantes imperialistas como a Shell, Total, Chevron e os brasileiros pagarão cada dia mais e mais pelos combustíveis.

quinta-feira 18 de abril de 2019 | Edição do dia

O aumento anunciado ontem foi ligeiramente inferior ao anunciado quinta-feira passada e cancelado após intervenção de Bolsonaro na empresa. Durante todos esses dias a equipe reacionária e privatista de Bolsonaro se debatia em maneiras de como acomodar sua base eleitoral caminhoneira ao mesmo tempo que honraria as promessas privatistas.

O aumento do preço dos combustíveis é a pedra-de-toque da privatização, se os preços não variarem conforme quiser o mercado a Shell e suas concorrentes não se dispõe a participar do saque do país.

O preço do Diesel, para agradar as empresas estrangeiras deve variar conforme a cotação do dólar, o preço do petróleo no mercado internacional, e o preço internacional do frete marítimo. Nenhuma dessas variáveis é controlada pelos brasileiros, visto que até mesmo a cotação do dólar depende dos humores dos “dealers” do câmbio, escolhidos a dedo pelo Banco Central. Atualmente os dealers, segundo informações do próprio Banco Central, são alguns dos donos do mundo e seus sócios nacionais: Citibank, Credit Suisse, Goldman Sachs, JP Morgan, BofA, Morgan Stanley, BNP Paribas, Safra, Santander, BB, Itaú, Bradesco.

A resposta, provisória, entre as demandas díspares de diesel barato para os caminhoneiros e diesel caro para agradar as aves de rapina da privatização veio em forma de anúncio de investimentos de R$ 2 bilhões em estradas, cartão – caminhoneiro, subsídios do BNDES e – óbvio aumento dos preços.

Pouco se importando para a situação da população, o debate do governo Bolsonaro, tal como tinha sido o Temer, é somente sobre o preço do diesel, pouco se importando para a gasolina, etanol, gás de cozinha e gás natural, combustíveis muito mais importantes no dia a dia dos trabalhadores.

Esse descaso com as necessidades brasileiras expressa-se mais flagrantemente na privatização de metade das refinarias. Por determinação de Bolsonaro metade de toda capacidade do país transformar petróleo em derivados será entregue aos estrangeiros. O resultado será aumento dos preços, sucateamento das unidades, precarização do trabalho e desemprego massivo.

Em todo o mundo existe um excesso de capacidade de refino, a Shell e suas parceiras de pilhagens não tem o menor interesse em manter a capacidade brasileira e garantir empregos, novas tecnologias e combustível mais barato. Pelo contrário usaram as refinarias somente como posto de venda no mercado nacional de produtos importados, e o país cada vez mais será dependente da venda de petróleo cru enquanto importará derivados. Esse é o programa de Bolsonaro, um programa que aparece não somente nos comunicados à imprensa mas já constava nos cabos diplomáticos do governo americano, os Wikileaks. Foi para aprofundar a privatização da Petrobras e do pré-sal, já iniciadas sob Dilma, para trocar um esquema de corrupção por outro agora mais umbilicalmente ligado ao imperialismo, que o autoritarismo judiciário via Lava Jato e também via STF atuou para garantir o golpe institucional e seu fortalecimento.

A Petrobras já exibe imensa divisão em salários e direitos entre trabalhadores efetivos e terceirizados, e ano a ano os contratos de terceirizados vem sendo sucateados, reduzindo seu número e seus salários e direitos. A privatização vem para aumentar esse processo reduzindo todos trabalhadores, efetivos e terceirizados, a níveis ainda maiores de exploração e deixando milhares no olho da rua. Para enfrentar a privatização é também necessário unir todos os trabalhadores, efetivos e terceirizados, defendendo a efetivação sem concurso de todos terceirizados.

Essa nova medida de Bolsonaro de destruição de empregos e destruição de riquezas nacionais só vem a se somar a várias outras medidas pró-desemprego em seu governo, como a reforma da previdência e a mãozinha que seu governo dado a cara patronal, sobretudo as ianques, como a GM, a Ford, a Donnelley, a chantagear os trabalhadores para reduzir seus salários e direitos ou serem demitidos.

Frente a ameaça as riquezas nacionais, aos empregos e a uma chantagem de ter cada vez mais combustíveis mais caros é necessário lutar para que todo a cadeia do petróleo seja 100% da Petrobras, da plataforma ao posto, e que a Petrobras seja 100% estatal, administrada pelos trabalhadores e com controle popular, única maneira de garantir combustíveis baratos, segurança nas operações para que não ocorram crimes ambientais e trabalhistas como da privatizada Vale, e garantir os empregos.

A Petrobras gerida pelos trabalhadores poderia garantir a completa transparência em suas operações, garantir menores riscos ambientais, combustíveis baratos, e ainda impedir que os vastos recursos nacionais não sirvam nem a corrupção nem à rapina imperialista mas sim aos interesses do povo brasileiro. Para dar esse combate é preciso exigir que os sindicatos rompam sua trégua passiva diante dos ataques de Bolsonaro, não basta entrar com ações judiciais contra as privatizações, como se limita a fazer a Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT). Não será das mãos de um judiciário autoritário e golpista, seja em sua fração "lava jato" ou em sua fração "Toffoli", que se barrará a privatização, pelo contrário, toda a toga, junto aos militares, marcham junto para agradar o imperialismo e continuar o golpe institucional. É preciso exigir que organizem assembleias e reuniões de unidade para organizar uma grande luta contra a privatização que una-se à necessária luta contra a reforma da previdência.




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