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CONTRA O FEMINICÍDIO | Pão e Rosas Brasil apoia campanha #NiUnaMenos da Argentina

O "Pan y Rosas" é uma organização internacional de mulheres e marchou em várias cidades em atos que reuniram centenas de milhares na Argentina, junto a outras organizações, levantamos o "Nenhuma a Menos", além da denúncia de que essa violência machista é social, de classe, institucional, econômica, cultural, e denunciamos os responsáveis.

quinta-feira 4 de junho de 2015 | 03:19

Milhões de pessoas fizeram do grito #NiUnaMenos (“Nenhuma a menos”) uma campanha gigantesca contra os feminicídios na Argentina. O "Pan y Rosas" é uma organização internacional de mulheres e marchou em várias cidades em atos que reuniram centenas de milhares na Argentina, junto a outras organizações, levantamos o "Nenhuma a Menos", além da denúncia de que essa violência machista é social, de classe, institucional, econômica, cultural, e denunciamos os responsáveis.

No Brasil, mulheres tiraram fotos em apoio à campanha, reconhecendo a importância da mobilização internacional e se identificando com a realidade das mulheres argentinas, pois vivemos em um país que ocupa a sétima posição no ranking de oitenta países com maior índice de feminicídio, onde se estima que por ano, um milhão de brasileiras recorram à prática do aborto, sendo que a cada dois dias, uma morre em consequência do aborto clandestino e no país, no qual as mulheres, sobretudo as negras, lésbicas, bissexuais e trans enfrentam os postos de trabalho mais precarizados e a terceirização, que será ainda mais profunda com o PL4330.

Rita Frau, professora, militante do Pão e Rosas e membro da executiva nacional do Movimento Mulheres em Luta, destaca que no país da presidente mulher, recentes medidas que atacam os direitos da classe trabalhadora e prejudicam as vidas das mulheres como as MP’s 664 e 665 e o PL 4330 foram aprovadas ou estão a caminho.

Além disso, o governo negocia os direitos democráticos das mulheres e demais setores oprimidos em troca de mandatos “seguros”: veta o kit anti-homofobia, nega a educação sexual nas escolas e faz/mantém acordo com o Vaticano, mantém a criminalização do aborto, coloca em pauta projetos reacionários como “Cura Gay” e Estatuto da família e do nascituro.

Rita relata que além da dupla ou tripla jornada de trabalho que compromete o tempo livre e a saúde das mulheres trabalhadoras para, sem custos para a patronal e os governos, realizar os serviços que garantem a reprodução da família, as mulheres enfrentam uma ideologia dominante propagada nos meios de comunicação, nas igrejas, escolas, famílias, que reforça os estereótipos de “sexo frágil”, que naturalizam como responsabilidade da mulher as tarefas domésticas e da família que lhes foram impostas, que coloca a mulher como propriedade privada do homem, ficando suscetível por culpa e negligência do Estado e dos governos a incontáveis tipos de violência, desde as agressões e assassinatos cometidos pelos próprios companheiros e/ou maridos (ou ex) dessas mulheres, passando pela violência dos direitos usurpados pelo Estado até à violência da exploração do trabalho que se utiliza da opressão de gênero para patronal lucrar ainda mais.

Conscientes dessa realidade é que milhões de mulheres na Argentina romperam o silêncio e gritaram Nenhuma a Menos, basta de feminicídios! E conscientes da importância desse exemplo se expandir para outros países como o Brasil, é que nós do Pão e Rosas nos somamos à campanha.




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