Em meio ao cenário de reestruturação escolar, com fechamento de escolas, alteração de ciclos, transferência de alunos, corte de verbas e precarização permanente do ensino público, os estudantes do curso de Letras da USP manifestam sua solidariedade.
quarta-feira 11 de novembro de 2015 | 03:00
Os alunos da Escola Fernão Dias Paes, frente à intransigência do Governo Estadual, se organizaram e decidiram ocupar a escola, na qual têm tomado suas decisões por meio de assembleias, discussão permanente e contato com todos os interessados em fortalecer sua causa.
A policia cercou o quarteirão da escola e tem impedido os alunos de receber mantimentos, de modo a inviabilizar a manutenção da ocupação. Aos que saem, reservam a agressão, como a uma aluna que, inclusive, pretendiam levar presa, enquanto a diretoria assedia àqueles que ousaram desafiar a hierarquia de seu pequeno feudo, ameaçando também os planos de seu suserano, Geraldo Alckmin.
Rejeitando o imobilismo no seio dos centros acadêmicos como o Caell, dirigido pelo Levante Popular da Juventude, e do DCE, dirigido por PSOL e PSTU, buscamos caminhos para lutar pela educação pública, se ligando ao exemplo e à luta dos estudantes secundaristas.
Fazemos parte de um curso de 5 mil alunos, o maior do Brasil, formador de professores por excelência. A crise atual nos coloca a responsabilidade de pensar o futuro da educação no pais, desde os problemas mais básicos, como nosso currículo que passa ao largo da história das lutas de negros, mulheres, LGBTs, trabalhadores e todos os explorados do país, que permanecem fora da universidade barrados pelo filtro social do vestibular, até os cortes na educação do Governo Federal e a interrupção dos programas de alfabetização, além da própria precarização da carreira docente que nos espera e na qual, com sorte, não seremos terceirizados.
Convocamos a todos para um ato em frente à Escola (Rua Pedroso de Moraes, 420), às 6h da manhã!
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