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Campinas | O sonho que virou um pesadelo: estudantes se manifestam após caso de estupro próximo ao Cotuca

Após caso de estupro ocorrido na última segunda-feira (12/11) contra uma aluna do Colégio Técnico de Campinas (COTUCA), estudantes da instituição realizaram um ato em frente ao colégio exigindo medidas de segurança. Es alunes também relataram problemas estruturais sérios como vazamento de esgoto quando chove, rachaduras enormes nas paredes do prédio, infiltrações e falta de ventilação em algumas salas de aula e laboratórios.

segunda-feira 20 de novembro de 2023 | Edição do dia

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O Sonho que Virou um Pesadelo

Na tarde de segunda-feira (13/11), uma estudante do COTUCA foi abordada por um homem durante a volta para casa. Ele afirmou estar armado e a coagiu a caminhar com ele pelo bairro, chegou a passar a mão pelo corpo da jovem e fez a promessa de que “iria tirar muito mais que seus pertences”. Ao passar por eles de carro, uma colega da vítima percebeu algo estranho e alertou o pai que estava dirigindo. Eles então voltaram até o local e começaram a gritar contra o homem que largou a estudante e fugiu do local.

Ao saberem do caso pelos jornais, es estudantes deram um exemplo de que um caso de opressão se responde com luta e organizaram um ato em frente a escola na manhã de quinta feira (16/11), que se estendeu até o período noturno. Durante o ato estudantes demonstraram sua solidariedade exigindo mais segurança e denunciaram a falta de compromisso da direção do Cotuca e da Unicamp com es alunes que vem sofrendo com a falta de segurança desde que o colégio voltou para o centro da cidade.

Es estudantes criticam o descaso tanto da direção e da reitoria ao exporem a contradição da “escola modelo que era sonho e virou um pesadelo”. O COTUCA aparece na mídia como uma escola de excelência, um dos melhores colégios de ensino médio e técnico da região de Campinas, e não faltam matérias de premiações aos estudantes em Olimpíadas de conhecimento e mostra de trabalhos. Além disso, essa escola se orgulha de ter altos índices de aprovação nos vestibulares mais concorridos do país, que são um filtro social que mantém a grande maioria dos filhos da classe trabalhadora sem acesso ao espaço do ensino superior. Ainda assim, por trás desta suposta excelência existe um colégio que sofre com a precarização do ensino público, falta de professores, más condições estruturais do prédio, falta de segurança e casos de assédio moral e sexual até mesmo dentro da sala de aula.

Nós da Faísca Revolucionária e do Pão e Rosas estivemos presentes ao longo do dia na mobilização des secundaristas e nos somamos à luta por um ensino público de qualidade, em ambiente seguro, livre de assédios e violência. Prestamos toda nossa solidariedade à vítima e seguimos na luta incondicional por justiça e pelo fim da opressão patriarcal e exploração, sem confiança no Estado, que é o responsável por cada opressão sofrida pelas mulheres ao perpetuar a cadeia de opressão em nome dos interesses dos capitalistas.

Compartilhamos também com es estudantes a preocupação com a segurança nas escolas, que vem sendo pautada especialmente após os ataques que ocorreram no começo do ano, mas a resposta para isso não pode ser o aumento do policiamento. A juventude negra é perseguida e morta sistematicamente pela polícia racista, como vimos com os casos das chacinas, no Estado de São Paulo com o governo de extrema-direita de Tarcísio e também no Rio de Janeiro com o reacionário Cláudio Castro, cuja polícia teve apoio do governo Lula-Alckmin ao receberem mais verbas para massacrar a população negra depois através de parceria com Flávio Dino. Essa mesma polícia apareceu com duas viaturas no ato des estudantes, mostrando que não é com a segurança da juventude que eles se preocupam, mas com manutenção e defesa da propriedade. Além disso, a polícia militar utiliza de armas e treinamento do exército do Estado assassino de Israel, que hoje comete um genocídio contra o povo palestino. A Unicamp mantém relações tanto com o Estado de Israel ao fechar parcerias com universidades israelenses como com a PM, como descrito neste artigo. Um plano de segurança realmente efetivo passa pela auto-organização des alunes e do restante da comunidade acadêmica, assim como moradores, para pensar quais as possíveis reformas estruturais podem ser realizadas, como por exemplo iluminação, acesso mais seguro a pontos de ônibus.

Também é importante que estudantes da Unicamp se juntem a essa luta, com comprometimento do DCE e dos CAs para apoiar es secundaristas do Cotuca a se organizarem e conquistarem suas demandas.




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