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GREVE FUNCIONALISMO SP | Nossa greve pode vencer! Contra Nunes, que o Sinpeem e nossas direções construam um forte ato nessa sexta e parar SP!

Nossa greve já demonstrou sua força e chega num momento decisivo: temos condições para derrotar o projeto de precarização de Nunes, desde que confiemos apenas na força da nossa luta e mobilização com nossos métodos, parando as escolas, os locais de trabalho e a cidade de São Paulo. Já vimos outras vezes que confiar apenas no método de vigílias na Câmara e pressão parlamentar não nos leva a derrotar o governo. Precisamos mobilizar os comandos de greve, ir para cada escola e local de trabalho, buscar cada trabalhador e trabalhadora, fortalecer a greve e exigir das nossas direções que a luta seja dirigida de fato pela base grevista, e que os sindicatos organizem já um grande ato nesta sexta-feira (22) para parar uma grande via de São Paulo e golpear decisivamente Nunes.

quinta-feira 21 de março | Edição do dia

Na última terça (19) tivemos o maior ato de nossa greve até aqui. Juntamos mais de 10 mil educadoras, vigilantes sanitários, trabalhadores da saúde e demais categorias do funcionalismo municipal de SP, uma importante demonstração de força e do espírito de unidade vindo das bases, em oposição às direções sindicais. Mas, passado um dia, nossa greve está em um momento crítico. Novamente, no momento decisivo da luta, Claudio Fonseca e toda burocracia da Coeduc não permitiu que a base da categoria pudesse fazer propostas para fortalecer ainda mais a greve e botar Nunes contra a parede, as direções estão nos conduzindo a ser espectadores da votação na câmara, limitando nossa mobilização ao calendário da câmara.

E foi isso que vimos nesta quarta-feira (20), ao invés de um ato forte e inflamado como no dia anterior, as direções do Fórum e da Coeduc, mesmo separados, conduziram a categoria ao mesmo script das lutas dos últimos anos: ficar do lado de fora da câmara assistindo o show de horrores do parlamento. Ao final do dia, os vereadores aprovaram em primeiro turno o PL de miséria por 38 votos contra 15, e preparam para os próximos dias a votação em segundo turno. Mas não é a primeira vez que assistimos a esse filme e o final, infelizmente, nós conhecemos: o desvio de toda a força e potencial de mobilização que poderia ser direcionado em parar a cidade, mobilizar a população, as comunidades escolares para nosso lado, contra Nunes e essa corja reacionária de vereadores.

Pensemos o impacto que pode ter um grande ato, ainda maior do que o do dia 19, reunindo todo o funcionalismo e causando impacto, travando importantes vias da cidade, visibilizando para a população e a grande mídia a força que já demonstramos ter; somado a ações dos comandos de greve em cada região da cidade, aulas públicas com a comunidade escolar, juntando educadores, agentes de saúde e vigilância sanitária. São ações como essas, grandes demonstrações de força, unificadas e coordenadas, as verdadeiramente capazes de golpear Nunes e colocá-lo, junto a esse bando de vereadores bolsonaristas e da direita, contra as cordas. Essa era a proposta que nós do Nossa Classe teríamos apresentado na terça-feira, mas fomos impedidos. Ao invés disso, Claudio Fonseca e a cúpula da Coeduc preferem manter seus duelos “nas alturas” com o Fórum das Entidades, brigando de cima dos caminhões de som para ver quem fala mais, enquanto mantêm a base amordaçada e nos querem pacíficos em frente à Câmara assistindo figuras asquerosas como Rubinho Nunes (União Brasil) ofenderem professores e servidores. Assim como as nossas proposições, quantas outras posições e propostas da base grevista dos educadores, essa sim que vêm colocando diariamente seu esforço e abnegação na construção dos comandos de greve em cada região, não poderiam contribuir para sermos nós a dar as cartas do jogo neste momento crítico e construir um caminho vitorioso para nossa luta?

Como se tudo isso não bastasse, ainda nos dizem do alto do caminhão que será em outubro, nas eleições, vamos tirar essa corja, como se nossa luta pudesse esperar até lá e como se não tivéssemos força agora para conquistar nossas demandas. Nesta guerra declarada de Nunes, que não arreda o pé e mantém toda sua intransigência nos pedindo “bom senso”, enquanto não dialoga em nada com nossas demandas e coloca para aprovação a toque de caixa sua proposta cínica e absurda de reajuste, não temos tempo para esperar e nenhum grevista da nossa categoria está de brincadeira. Não podemos deixar nossa força ser canalizada para uma espera passiva até as eleições, e nem rebaixar nossas aspirações da nossa luta para aceitar a proposta miserável do governo ou, no máximo, emendas substitutivas da bancada de oposição, em uma Câmara marcadamente reacionária, que negociam um reajuste “menos pior” e parcelado. Há força para vencer e o funcionalismo já demonstrou que ela é muito superior e mais potente do que limitar nossas ações à estratégia de pressão parlamentar e de “vira voto” dos vereadores. Nossa categoria tem memória: essa estratégia já se mostrou impotente em nossas lutas recentes. Passou o Sampaprev e voltaram os vereadores que nos anos seguintes nos retiraram mais e mais direitos.

Aos colegas grevistas, estendemos essa reflexão também ao âmbito nacional. Nos diziam que bastava eleger o governo de Lula e Alckmin que as coisas mudariam e voltariam nossos direitos. Já estamos no segundo ano deste governo de frente ampla e até agora não vimos a revogação da reforma trabalhista, previdenciária, o Novo Ensino Médio segue com sua essência privatista e precarizante intocada, temos uma PL da uberização e um Arcabouço Fiscal arquitetado por Haddad, que nada mais é além de um novo teto de gastos e mecanismo para pressionar o arrocho de nossos salários. Além disso, vimos a frente ampla ficar ainda mais ampla, abraçando partidos como o União Brasil do próprio Rubinho Nunes, e o Republicanos do sionista Tarcísio de Freitas, que durante a nossa greve segue banhando a Baixada Santista de sangue por meio da mesma Polícia Militar que assassina nossos alunos nas periferias, enquanto tem como parceiro de suas privatizações o governo Lula via BNDES. Nessa história de alianças e concessões com a direita e a burguesia privatista, os únicos perdedores são os trabalhadores e categorias em luta como as nossas, enquanto a extrema direita segue se fortalecendo, a exemplo de Ricardo Nunes em São Paulo.

E enquanto isso, o que fazem os sindicatos de trabalhadores dirigidos diretamente pelo PT, PCdoB e apoiadas pelo PSOL? Sindicatos como a Apeoesp, SINPEEM, filiados a centrais sindicais como CUT, CTB e a Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE) freiam a revolta dos trabalhadores, trabalham contra a unidade e, quanto mais próximo das eleições, mais fazem ecoar nas nossas cabeças que a melhor coisa a se fazer é esperar outubro. É o que vimos na semana passada com a direção majoritária de Bebel Noronha (PT) na Apeoesp, manobrando a votação dos professores estaduais em assembleia que enxergavam a oportunidade de unificar toda a educação paulista em greve e golpear juntos Tarcísio e Nunes. A tônica de espera eleitoral também temos visto em várias falas das direções de cima do caminhão da greve do funcionalismo municipal. Como se eleger Boulos, que só nesta terça-feira se manifestou a respeito de nossa greve, comprometido com o Arcabouço Fiscal e aliado com a golpista Marta para ser palatável para a elite paulistana, fosse bastar para retomarmos nossos direitos. Está aí o governo Lula-Alckmin para mostrar que não.

Nenhuma trabalhadora ou trabalhador da educação municipal, nenhum servidor público, decide cruzar os braços, construir a greve nas bases, se jogar no diálogo com as comunidades e participar dos atos para ser mero espectador de uma Câmara reacionária, e nem das disputas entre as burocracias de cima do caminhão de som. Nossa greve já deu sinais de sobra da sua potência e força e pode ser vitoriosa, mas para isso precisa ser dirigida por nós, que a construimos no chão de cada escola e repartição pública. É dessa estratégia, a da democracia de base para que cada servidor tenha direito de voz e voto para decidir os rumos de sua própria luta, que nossas direções têm pavor, pois sabem o quanto podem perder o controle de sua linha de subordinação aos interesses capitalistas. Um caminho que nós até aqui já vimos, quando derrotamos o Sampaprev pela primeira vez.

Precisamos trazer a luta para nosso terreno: para a rua, para as escolas, para os locais de trabalho, confiar na nossa mobilização e na greve, nos apoiando nas greves e processos de luta que estão em curso pelo país. Contra a desmoralização construída e o recuo organizado pelas direções da Coeduc e do Fórum das Entidades, que desmarcam uma série de atos justamente no momento crítico em que o governo avança contra nossa greve, chamamos cada colega da nossa rede e do funcionalismo municipal a confiar nas nossas próprias forças, seguir fortalecendo os comandos e as discussões nas unidades para manter nossa greve firme e crescente como vimos nesta semana, ampliando o diálogo com as famílias, e sendo parte de exigir que as direções dos nossos sindicatos organizem já um grande ato nessa sexta-feira, 22/03, fechando uma grande via da cidade. Um ato capaz de parar São Paulo de fato e colocar Nunes e os vereadores contra a parede. As entidades e partidos de esquerda, e seus parlamentares como Boulos, precisam se colocar a serviço da construção dessa mobilização.




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