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Cai não cai | Múcio, paixão de Bolsonaro e dos militares, ministro de Lula nega que vá renunciar

Após tomar posse como ministro da Defesa do governo Lula-Alckmin e afirmar que tinha amigos nos acampamentos golpistas e que as manifestações bolsonaristas eram democráticas, Múcio negou na noite dessa terça (10) a notícia veiculada nas redes sociais por Andre Janones (Avante) de que iria renunciar ao cargo.

quinta-feira 12 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Num claro gesto de conciliação com os militares e direitistas mais reacionários, Lula nomeou José Múcio, ex-presidente do TCU, para o Ministério da Defesa. Além de ser uma paixão declarada do próprio Bolsonaro, Múcio tem um currículo de dar inveja em qualquer bolsonarista. Membro da Arena por mais de uma década, passou pelos direitistas PFL e PSDB e foi apoiador do golpe institucional em 2016.

Não à toa recebeu apoio dos ex-ministros da defesa, tanto dos governos Lula e Dilma (Nelson Jobim, Aldo Rebelo e Jaques Wagner), quanto dos governos do golpista Michel Temer (Raul Jungmann) e até mesmo de Bolsonaro (Fernando Azevedo). Eles se reuniram virtualmente num gesto muito raro, para declarar apoio à permanência de Múcio no cargo e se opor à ideia corrente de que seria necessário mudar o perfil do ministério para enquadrar os militares. Uma unidade para preservar uma das faces mais reacionárias deste regime político e fortalecer os órgãos repressivos do Estado.

Essa ideia tomou força após a declaração de Múcio durante a sua posse no Ministério de que as manifestações bolsonaristas seriam democráticas e de que teria amigos e familiares nos acampamentos golpistas nas portas dos quartéis. Em sua posse, o ministro também foi elogioso ao também ex-ministro da defesa do governo Bolsonaro, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira. A pressão aumentou frente à inação do ministro durante as manifestações golpistas no congresso nacional, chegando ao ponto de Andre Janones fazer correr pelas redes sociais a afirmação de que o ministro iria renunciar ao cargo.

Porém, na noite dessa terça (10), Múcio declarou que não eram verdadeiras essas afirmações e que não tem intenção de deixar o cargo de ministro. Lula, reafirmando sua política de conciliação com os golpistas, bolsonaristas, militares e direitistas de toda sorte, manteve essa indicação, apesar de todo o descontentamento expresso em torno das falas e atitudes de Múcio. Tamanha é a preocupação do governo em manter sua boa relação, conforme a postura ao longo dos últimos governos do PT, com o exército e os militares, que para cotar o seu nome, Lula consultou não somente o general Fernando Azevedo como também o ex-comandante do exército Edson Pujol.

Os militares como um todo, em especial as altas patentes, fizeram declarações apoiando o nome de Múcio, deixando claro o seu interesse em manter a intervenção dos militares na política. O próprio general da reserva e ex-vice presidente de Bolsonaro, Hamilton Mourão, saudosista apoiador da ditadura militar, declarou que o nome do Múcio para o Ministério da Defesa seria muito bem visto pelos militares. Múcio anunciou que a escolha dos novos comandantes do exército se deu por um critério de antiguidade, ou seja, os velhos militares maiores representantes da corja golpistas e direitista desse país. O ministro tem um ótimo transito entre a alto comando do exército, com um perfil reconhecidamente conservador.

A indicação e permanência desse nome odioso para o Ministério da Defesa só reforça a intenção do governo Lula-Alckmin, de seguir fortalecendo o pacto formado na defesa de uma das faces mais reacionárias deste regime político e das instituições burguesas, inclusive blindando as Forças Armadas, que seguem atuando como árbitros da política, conforme vimos com a decisão de hoje de Alexandre de Moraes ao proibir atos de rua no país Como nós do MRT viemos afirmando, é impossível combater a extrema direita e defender os direitos democráticos da população, fortalecendo as bases deste regime político do golpe institucional de 2016, se aliando com esses que foram pilares de sustentação da aprovação de cada um dos ataques políticos e econômicos dos últimos anos, e que, no caso das Forças Armadas cumprem o papel ativo de garantir a impunidade de cada um dos responsáveis pela ditadura militar no Brasil. É por este motivo que nos colocamos contra a intervenção federal em Brasília, que terá como consequência o aumento do aparato policial e repressivo. ,. É necessário combater os golpistas, direitistas, os ataques e as reformas da burguesia de forma independente do governo de conciliação, contando apenas com a força da classe trabalhadora e dos setores oprimidos com seus métodos de luta, é por isso que colocamos o Esquerda Diário a serviço da importante paralisação dos entregadores neste próximo dia 25 e de cada uma das lutas da classe trabalhadora contra as reformas, os ataques, privatizações e direitos democráticos da população.




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