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Trabalhadores da USP | Movimento Nossa Classe se prepara para o: 8º Congresso dos Trabalhadores da USP

Confira as ideias que o Movimento Nossa Classe levará para este Congresso

domingo 17 de março | Edição do dia

Nos dias 23, 24, 25 e 26 de abril acontecerá o 8º Congresso Estatutário dos Trabalhadores da USP organizado pelo SINTUSP. É muito importante a participação de todas e todos, pois o Congresso é o espaço máximo de deliberação e vai definir os rumos e orientações políticas do nosso sindicato e para nossa categoria para enfrentarmos a extrema direita que avança com privatizações e ataques aos direitos dos trabalhadores e da população. A frente ampla que compõe o governo Lula-Alckimin se mostrou incapaz de garantir os direitos mais elementares das mulheres, dos negros, dos indígenas e das LGBTs, avançou com ataques como o Arcabouço fiscal e a Reforma tributária. As políticas de conciliação do governo federal tem fortalecido e legitimado as ações de Tarcísio em São Paulo, que quer privatizar a água, atacar os serviços públicos com a reforma trabalhista e assassina a juventude negra e pobre no litoral. Na USP, a ofensiva privatista de Tarcísio fortalece o projeto da reitoria em avançar com mais terceirização, precarização do trabalho e ataques a funcionários, estudantes e professores.
Este congresso é parte fundamental da luta por fortalecer o nosso sindicato como um sindicato independente dos patrões e dos governos, classista, combativo e democrático.

Fortalecer o internacionalismo: a classe trabalhadora é uma só e sem fronteiras

O 8º Congresso dos Trabalhadores da USP acontece em meio ao maior genocídio do século XXI: o massacre do povo palestino pelo governo sionista de Israel que já deixou mais de 30 mil palestinos mortos (sendo a metade mulheres e crianças). Esse genocídio é apoiado pelos EUA, governos europeus e pela extrema direita internacional como Bolsonaro e Tarcísio no Brasil e Milei na Argentina. Vimos surgir em diversos países enormes manifestações em repúdio ao massacre ao povo palestino. As grandes centrais sindicais deveriam apontar o mesmo caminho no Brasil incorporando essa luta como parte de um plano de lutas, pois a nossa classe é uma só e sem fronteiras. No nosso Congresso chamamos todas e todos a reforçar a posição histórica do Sintusp de apoio à luta do povo palestino. Por isso exigimos o fim imediato dos bombardeios e do genocídio de Israel e do imperialismo na Palestina e lutamos pela ruptura de todas as relações diplomáticas, militares e econômicas do Brasil com Israel (um Estado sionista que merece perecer) e na perspectiva da luta por uma Palestina Livre Operária e Socialista.

A conciliação de classes abre espaço para a extrema direita: Enfrentar as privatizações, ataques da extrema direita do Tarcísio com a força de nossa luta independente do governo Lula/Alckmin

Tarcísio de Freitas quer ser o representante da extrema direita nacional nas eleições de 2026. Anunciou um plano de guerra ao povo trabalhador com as privatizações da Sabesp, CPTM, Metrô, demissão dos metroviários que lutaram contra as privatizações, demissão de milhares de professores categoria O, vem fazendo no litoral as maiores chacinas desde o Carandiru e prepara novos ataques como a s reforma administrativa. Para isso, se apoia em medidas do governo Lula-Alckmin como o Arcabouço Fiscal, repasse de verbas federais milionárias para obras, concessão de cargos em ministérios e a declaração inequívoca de Lula que disse que Tarcísio terá de seu governo tudo o que for necessário.

Há 13 meses de governo Lula-Alckmin é necessário fazer uma constatação: os ataques econômicos dos governos anteriores como as reformas trabalhista e da previdência seguem vigentes e foram se ampliando sob o governo do PT. A ofensiva do STF e da Polícia Federal contra a extrema-direita bolsonarista alimenta expectativas de que o justo sentimento de ódio contra essa extrema direita possa ser atendido pelas instituições do regime político. Mas por tudo isso que viemos apontando se comprova e reforça a ideia de que a colaboração de classes, com a direita e a administração do capitalismo, só abrem mais espaço para que a extrema direita se fortaleça. Essas questões já se colocam nas eleições municipais deste ano em que em nome de combater a extrema direita de Ricardo Nunes, a chapa de Guilherme Boulos é composta por ninguém menos que Marta Suplicy, integrante do próprio governo de Nunes, apoiadora da reforma trabalhista e do golpe institucional. Tudo isso enquanto as grandes centrais sindicais seguem imóveis sem apontar nenhum plano de lutas. Na Argentina, o povo trabalhador e a juventude deram um forte exemplo de como enfrentar a extrema-direita e os ataques: a força das manifestações nas ruas fez o governo Milei recuar na sua “Lei Ômnibus” que teria por objetivo precarizar as condições de trabalho, renda e aposentadoria do conjunto da população. É esse caminho da mobilização nas ruas e oposto ao da conciliação de classes que os parlamentares do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas, como parte Frente de Esquerda e dos Trabalhadores-Unidade fez ecoar dentro do próprio parlamento colocando seus mandatos a serviço de fortalecer a luta das ruas e de apresentar a única voz contra Milei, o FMI e em defesa do socialismo.

O Sintusp carrega uma valiosa história de lutas construídas por milhares de trabalhadoras e trabalhadores da USP, dos quais o Nossa Classe se orgulha de ser parte, e se tornou conhecido como um sindicato muito combativo, classista e democrático, que continua apontando a necessidade da independência de classes. Esse é um patrimônio fundamental, representado nas companheiras e companheiros de mais tradição do Sintusp como Magno, Neli, Brandão, Solange entre outros, e que precisa ser mantido e fortalecido se fundindo cada vez mais com as novas gerações de lutadoras e lutadores, como se mostrou na grande greve de 2014. Esse é o caminho para enfrentar a extrema direita e os ataques.

Fortalecer um sindicalismo independente dos patrões e dos governos

O SINTUSP constroi a CSP-Conlutas - única central sindical do país que não se submeteu ao governo de frente-ampla de Lula/Alckmin - e segue batalhando para manter a independência política da nossa Central e buscar medidas de influenciar a base das categorias dirigidas pela burocracia das grandes centrais sindicais como a CUT, Força Sindical, UGT, CTB exigindo dessas grandes centrais sindicais que organizem um plano de lutas com ações efetivas para unificar e mobilizar os trabalhadores nos locais de trabalho para lutar contra as privatizações, pela revogação das reformas, contra a precarização do trabalho e todos os ataques.

Combater o desmonte da USP e a precarização do ensino e das condições de trabalho

Na Universidade vemos as políticas de ataques avançando a passos largos. A Reitoria e toda a casta parasitária de comando da USP estão alinhadas com este regime degradado e escondem por trás do termo “democracia” ataques violentos contra as condições de estudo e trabalho na Universidade. Com medidas de privatização facilitadas pelos governos do PT, como as privatizações dos hospitais universitários (pelas EBSERH) e o Marco Legal da Ciência (que entre outras coisas precariza a docência), os professores que hoje compõe a burocracia universitária da USP estão utilizando do controle acadêmico, administrativo e financeiro das Universidades Públicas para fazerem balcões para seus negócios privados, com a criação de Fundações para a administração dos hospitais e cursos de especialização. Exemplos gráficos aqui na USP são o desmonte do HU e dos Centros de Saúde e a venda do HRAC para as fundações geridas pelos antigos Reitores e Pró-Reitores.

Lutar junto com estudantes e professores em defesa da educação, melhores condições de salário e trabalho, ensino e estudo

Além dessa verba “por fora”, esses burocratas ganham supersalários de mais de R$30.000,00 enquanto os trabalhadores da USP amargam arrocho salarial com perdas que ultrapassam 20% nos últimos dez anos. A obrigação discriminatória do pagamento das horas de recesso e pontes aumentou a jornada de trabalho, os casos de assédio moral e adoecimento laboral. Com os estudantes que necessitam de auxílio (nossos filhos que conseguem furar a bolha social e racial do vestibular), a política da Reitoria segue sendo de descaso com a permanência, inviabilizando condições de moradia digna e três refeições diárias, e com bolsas de apoio insuficientes e abaixo do de salário-mínimo utilizando do estudante como mão-de-obra barata no lugar de contratar funcionários efetivos.

Como parte de organizar a categoria para a luta em defesa do serviço público, esse Congresso tem como tarefa preparar a categoria para a campanha salarial. A Reitoria está buscando com medidas como prêmios e bonificações ludibriar e silenciar a categoria na luta contra o arrocho salarial. A expectativa em um plano de carreira, anseio de muitos trabalhadores, tem sido usada pela Reitoria como barganha para nos dividir Não podemos cair nessa armadilha de disputar mérito em uma carreira imposta pela Reitoria. Precisamos unificar nossa categoria na luta por reajustes salariais, garantindo a valorização dos níveis iniciais da nossa categoria com um valor fixo para todos além do reajuste percentual.

Abaixo a repressão aos lutadores e as estruturas arcaicas desta Universidade

O Congresso deve reafirmar a luta por uma Estatuinte Livre e Soberana na USP, que coloque abaixo toda essa estrutura de poder que perpetua a existência desses burocratas, como o Conselho Universitário e as Congregações e que os rumos do ensino, pesquisa, extensão e gestão seja decidido pela representação de toda a comunidade universitária de maneira democrática, e que é composta majoritariamente pelos estudantes.

Hoje, o Estatuto da USP tem sido utilizado para avançar na precarização e privatização da USP, para manter os privilégios dessa casta de professores burocratas que compõe a alta administração uspiana, e para reprimir os trabalhadores, como vemos em uma escalada no número de processos administrativos e demissões de lutadores ou críticos da política da Reitoria. Seguiremos no Congresso exigindo o fim da perseguição política e das bases da PM dentro da USP!

Fortalecer a unidade entre os trabalhadores efetivos e terceirizados: contratação e efetivação já de todos terceirizados! Igual trabalho, igual direito e igual salário

A Reitoria já deixou claro seu projeto: eliminar as funções operacionais de nível básico e diminuir as funções e cargos de níveis médios do quadro, expandindo a terceirização dentro da USP. Sabemos como a terceirização escraviza e humilha nossa classe. Casos de empresas que atrasam ou não pagam salários e benefício é regra; assédio moral e sexual; discriminação para usar os serviços públicos da USP, sequer o circular de ônibus elas tem direito de utilizar com cartão BUSP. Sem falar do enorme desvio de verba pública para licitações duvidosas e vitórias de empresas cujos donos são parte da própria burocracia universitária, que lucram com a exploração da mão-de-obra de trabalhadores e trabalhadoras, em sua maioria, negras. Nosso Congresso deve seguir na luta por iguais salários e direitos, pelo fim da terceirização e incorporação de todos os terceirizados ao quadro de efetivos imediatamente e sem necessidade de concurso público. [Aqui valeria colocarmos com destaque o Manifesto contra a Terceirização e a Precarização]

Manter e aprofundar a democracia de base do nosso Sindicato

Por fim, para que essa luta por independência de classe, não corporativista, solidária e unificada com o conjunto da classe trabalhadora nacional prospere, é necessário um sindicato combativo e democrático. Por isso temos orgulho de ser parte da tradição de um Sindicato que sempre defendeu os seus lutadores, tendo hoje três demitidos políticos que seguem lutando com a categoria. Nenhum passo atrás na defesa dos lutadores e na combatividade deste sindicato. Achamos que para ampliar a concepção de sindicato democrático que temos é necessário avançar em medidas como a rotatividade dos diretores liberados e a proporcionalidade nas eleições para a Diretoria do Sindicato. São medidas básicas para evitar pressões que podem levar à privilégios e burocratização.

Chamamos todos os trabalhadores a discutirem com a gente essas ideias e construirmos uma tese em comum, com o Movimento Nossa Classe, para apresentar ao VIII Congresso dos Trabalhadores da USP, que parta da necessidade de manter e defender a independência política do nosso Sindicato, seu classismo, sua combatividade e a democracia operária.




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