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Michel Temer pediu R$10 milhões à Odebrecht em nome do PMDB

sábado 10 de dezembro de 2016 | Edição do dia

O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou, em anexo entregue ao Ministério Público Federal, que o presidente Michel Temer pediu “apoio financeiro” para as campanhas do PMDB em 2014 a Marcelo Odebrecht, que se comprometeu com um pagamento de R$ 10 milhões.

No documento de 82 páginas o delator cita ainda o papel do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e do secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, além dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de outros parlamentares.

O anexo foi entregue durante as tratativas para o acordo de delação, no qual o executivo se compromete a contar o que sabe sobre o esquema de corrupção. Melo Filho precisará confirmar tudo que narra no anexo, em depoimento formal.

Melo detalha um jantar com Temer no Palácio do Jaburu, no qual estiveram presentes Temer, Marcelo Odebrecht e Padilha. Segundo o delator, Temer solicitou “direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014”.

Uma das entregas foi feita no endereço do escritório de advocacia de José Yunes, amigo de Temer e atual assessor da Presidência da República, segundo ele, o que sugere o pagamento em dinheiro em espécie.

“No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o Vice-Presidente da República como Presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10.000.000,00. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião”, disse Melo Filho em seu depoimento. Ele cita que há troca de e-mails nos quais Marcelo Odebrecht se refere ao pagamento definido no jantar com referência a Temer como “MT”.

Do valor negociado no jantar, R$ 4 milhões foram realizados “via Eliseu Padilha”, a quem Melo Filho chama de “preposto de Temer”. Parte do pagamento, segundo Padilha informou ao delator, foi destinada ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Compreendi que os outros R$ 6.000.000,00, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para o Sr. Paulo Skaf”, afirmou.

No depoimento, Melo Filho detalhou que tinha um relacionamento “muito próximo com o núcleo político” de Temer. Segundo ele, Padilha e Moreira Franco eram responsáveis por transmitir os pedidos da Odebrecht ao atual presidente. “Tratei poucas vezes diretamente com Michel Temer”, disse o executivo. Segundo ele, foi o ex-ministro Geddel Vieira Lima quem o apresentou ao atual presidente golpista, em 2005.




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