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Metrô de SP | Metrô de SP, Globo e Alstom: unidos para encobrir falhas de segurança no Monotrilho e pela privatização, denuncia o sindicato

Em 18/04 a Globo veiculou uma reportagem com mentiras para defender o metrô buscando culpar os metroviários que estiveram na colisão de trens no monotrilho em SP, para esconder as falhas do sistema de controle de trens da multinacional Alstom e proteger o processo de privatização conforme denúncia feita pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP

domingo 23 de abril de 2023 | Edição do dia

Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

Os metroviários exigem uma comissão independente de apuração com a participação dos trabalhadores, que investigue o caso para expor as reais falhas de segurança e comunicação dos sistemas da Linha 15 Prata - Monotrilho para proteger a população e os trabalhadores.

Como parte da cortina de fumaça arquitetada pelo Metrô de SP em função de poupar a Alstom e os projetos de privatização, foi realizada uma reunião de cúpula para investigar as causas do acidente, totalmente sem transparência e parcial, sem a participação dos trabalhadores, nem mesmo da comissão interna de prevenção de acidentes ou o sindicato. A apuração concluiu que o acidente foi causado por “falha humana”. Veja aqui a denúncia feita pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP. Nenhuma palavra sobre a falha grave de comunicação nem mesmo a insegurança de um sistema que permite colisões críticas a 15 metros de altura.

A versão do Metrô, apresentada pela Globo, afirma “uma sequência de falhas operacionais que culminou no acidente”, escondendo as falhas estruturais do sistema que ocasionaram o acidente para garantir a impunidade da empresa multinacional Alstom, responsável pelo fornecimento do sistema.

Buscaremos desmentir aqui os três principais argumentos apresentados para culpabilizar os metroviários que envolvidos no acidente e eximir de responsabilidade a Alstom e o metrô de SP:

Argumento 1: “ele [o operador do trem que estava em modo manual do trêm] não ligou o comando de segurança que faz o trem nessas condições ser visto pelo sistema e pelos outros trens em circulação”: Este sistema descrito na reportagem não existe. Não há nenhum comando que pode ser acionado de dentro dos trens do monotrilho para que o sistema e outros trens o “vejam” e evitem colisões. O repórter fala ainda que tal informação foi cedida pelo Metrô, o que torna mais grave ainda essa mentira, já que esconde da população o risco justamente da ausência de um sistema seguro anti-colisões.

O diretor de operações do Metrô de SP, Milton Gioia, foi o autor das seguintes pérolas falaciosas:

Argumento 2: “O sistema é seguro, posso te garantir”: o sistema de controle de trens é tão inseguro que não foi capaz de evitar duas colisões ocorridas em menos de 4 anos. Num comparativo com as demais linhas, que operam há décadas, foram 3 colisões na história do Metrô duas foram no monotrilho. Diferente das demais linhas de metrô, que possuem um sistema anticolisão eficiente que evita a aproximação dos trens, a Linha 15 Prata Monotrilho, justamente por ser um protótipo de trem sem operador, com o intuito de ser totalmente automatizado, não existe tal sistema muito mais eficiente e seguro. Necessidade ainda mais imperiosa frente a uma operação que ocorre há 15 metros de altura em um trem que funciona superlotado em horários de pico e que não foi projetado para alta capacidade como vem operando hoje.

Argumento 3: “Toda verificação após o acidente foi feita então o sistema de comunicação estava operacional, normal”: o sistema de comunicação de rádio, o único canal oficial de comunicação entre os operadores e o centro de controle, nunca funcionou corretamente. Há um histórico de reclamações e relatórios, desde a concepção da linha por parte dos operadores de problemas graves de comunicação que muitas vezes não permitem a compreensão das informações. Foram feitos diversos relatórios de falhas na comunicação por parte dos operadores de trem que foram simplesmente engavetados pelas chefias. No dia do acidente um dos operadores de trem fez reiterados apelos pelo rádio (essa comunicação fica gravada, e propositalmente foi escondida na reportagem para dar razão para o metrô) de que a comunicação estava falha, muito baixa, difícil de compreender as orientações do centro de controle.

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A Globo ainda convidou um “especialista” para tentar dar mais credibilidade à versão do Metrô na reportagem. O engenheiro Valter Avelino já foi vinculado a Alstom e prestou serviços a esta empresa entre os anos de 1996 e 1999 justamente realizando projetos de automação na área elétrica e compõe até hoje um grupo de trabalho chamado GAS - Grupo de análise de segurança da faculdade Politécnica da USP, que presta assessoria ao Metrô de SP para colocar em funcionamento a automação de processos como a operação de trem sem operador.

Avelino vem defender seu “peixe” e os interesses de seus parceiros, já que os empresários a quem presta serviço estão interessados em aumentar seus lucros com a automação de diversos processo, mesmo que isso implique em colocar centenas de milhares de vida em risco todos os dias, diminuído cada vez mais os gastos com salários e direitos, e não melhorar a qualidade de vida da população e sim jogar cada vez mais milhares de trabalhadores no desemprego e no trabalho precário.

Além disso, o Metrô diz na mídia que o “operador de trem estava sentado de costas pra via” e que isso seria um problema, mas esconde que o Metrô tem um procedimento que permite o operador de trem sentar neste mesmo banco quando não há lotação do trem.

O processo de privatização, acompanhado da precarização dos serviços prestados a população que a colocam em crescente risco e muito transtorno como podemos ver nas falhas frequentes e graves das linha 08 e 09 e recentemente na queda de um poste no meio da via na Linha 5 Lilás (todas linhas recentemente privatizadas e operadas pelo mesmo consórcio, a CCR), tem como objetivo escoar dinheiro público para os cofres de multinacionais e capitalistas como a Alstom e CCR e não melhorar os serviços para a população como dizem demagogicamente os empresários e governos como de Tarcísio de Freitas que veio babando para privatizar tudo em SP.

Por esses motivos, e para proteger a população que tem que utilizar o Monotrilho e as demais linhas do Metrô de SP para se locomover, os trabalhadores metroviários exigem a instauração de uma comissão independente de investigação sobre as reais causas da colisão, eu que participe os trabalhadores com sua comissão interna de prevenção de acidentes e o sindicato para apontar as falhas graves de sistema que ocasionaram o acidente.

Os trabalhadores não vão aceitar que os funcionários sejam usados de bode expiatório das maquinações do Metrô e de Tarcísio de Freitas que usam o acidente e a força da Globo na opinião pública para legitimar o processo de privatização e toda a degradação dos serviços prestados em prol do lucro de um punhado de capitalistas. Por isso exigem nenhuma punição aos trabalhadores envolvidos.

Com informações do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP

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