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Greve na GM | Metalúrgicos em luta não abaixam a cabeça para intransigência da General Motors

A General Motors anunciou uma política de demissão em massa no fim do mês de outubro, ameaçando os empregos de mais de 1000 trabalhadores, mesmo tendo tido um resultado de lucro de mais de 13 bilhões apenas no último trimestre. Os metalúrgicos responderam a esse ataque com uma forte greve, de mais de 11 mil trabalhadores. Essa forte luta, num dos setores estratégicos das classe trabalhadora, conseguiu arrancar da justiça burguesa reversão das demissões, mas a patronal segue intransigente. Todo apoio à luta dos trabalhadores da GM!

sexta-feira 3 de novembro de 2023 | Edição do dia

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Foto: Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos

Após o anúncio da demissão de mais de 1000 trabalhadores da GM no Brasil, no dia 21 de outubro, os metalúrgicos da três plantas da montadora deflagraram uma greve de mais de 11 mil trabalhadores pela readmissão daqueles que foram atacados com essa demissão em massa. A empresa alega que não obteve resultados favoráveis no último ano, mesmo tendo lucrado mais de 13 bilhões apenas no último semestre. Essa declaração cínica, de que “a queda nas vendas levou a General Motors a adequar seu quadro de empregados” chegou aos 1200 trabalhadores por meio de telegrama, descumprindo um acordo de layoff que estava vigente.

Esses trabalhadores estavam em uma situação de “pendura”, ou seja, não estavam trabalhando, mas cumprindo um período de suspensão dos empregos, para que, ao final dele, ou seguissem seus empregos normalmente ou se desse seguimento ao processo de demissão. No entanto, a empresa resolveu adiantar as demissões durante esse período, desrespeitando o acordo que tinha realizado com os trabalhadores e pegando todos de surpresa.

Foto: G1

Tal ataque absurdo foi seguido de uma forte resposta dos trabalhadores de todas as plantas das fábricas da GM pelo Brasil, que se encontram em São Caetano do Sul, São José dos Campos e também em Mogi das Cruzes. A greve foi determinada em assembleia dos três locais de trabalho, em um grande exemplo de solidariedade com os colegas demitidos, entre eles, inclusive, mulheres grávidas e pessoas com problema de saúde, segundo relatos dos grevistas.

A GM, buscando reestruturar sua produção para alcançar taxas de lucro ainda maiores, busca atacar os trabalhadores. Esse ataque se dá em um contexto onde o governo do estado de São Paulo do bolsonarista Tarcísio de Freitas, cujo partido agora faz parte do governo Lula-Alckmin com um ministério, ataca também os trabalhadores do setor público com seu projeto privatista. Funcionários da Sabesp, CPTM e Metrô já deram um grande exemplo de como lutar contra esses ataques articulando um dia de greve unificado, no último 3 de outubro, que poderia ter sido muito mais forte se as direções de seus sindicatos tivessem seguido articulando as categorias em unidade.

Apesar de os patrões, em especial os da GM, e Tarcísio estarem unidos para atacar a classe trabalhadora com um só punho, os metalúrgicos das três plantas da GM travaram uma forte luta marcada por assembleias e atos na rua, além de atos simbólicos como o que aconteceu no dia 25 em São José dos Campos, onde foram pendurados os uniformes na porta da fábrica com mensagens contra as demissões. Apenas a fábrica de São Jóse dos Campos foi ameaçada com 800 das 1200 demissões.

Essa forte mobilização conseguiu impor à justiça, através da Justiça do Trabalho de Campinas, onde os grevistas também estiveram presentes, que a empresa revertesse as 800 demissões em São José dos Campos, por considerar ilegal o descumprimento do acordo de layoff. Deve-se ressaltar que esse judiciário é o mesmo que, através do STF, articulou o golpe de 2016, a prisão ilegal de Lula e esteve lado a lado com os patrões passando ataques como a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência, que fortalecem as posições da burguesia e a deixa mais à vontade para atacar quando precisam expandir seu lucro, por isso é importante reconhecer que essa declaração da justiça foi fruto da força da greve.

Apesar disso, a empresa segue intransigente e disse que não irá recontratar os demitidos, tentando seguir com a linha de PDV. A linha dura imposta pela General Motors não pode servir para desmoralizar nossa classe, e os funcionários dessa empresa responderam com o seguimento da greve até que aconteçam as readmissões. É necessária a unidade de toda a classe contra esse plano de ataques da burguesia. Para isso, é importante que os sindicatos das categorias construam efetivamente um plano de luta para se somar à greve de São Paulo no dia 28. Todo apoio à luta dos trabalhadores da GM! Nenhuma família na rua!




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