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NOME SOCIAL | MC Xuxu, fukeira travesti, fala sobre Nome Social e a luta contra a transfobia

Neste feriado dos dias 26, 27, 28 e 29 de Maio acontece o EREGEO-2016, o Encontro Regional de Estudantes de Geografia. Entre diversos temas que o Encontro debaterá, a questão LGBT abriu a primeira mesa de debates, onde Virgínia Guitzel, militante trans da juventude Faísca esteve presente.

segunda-feira 30 de maio de 2016 | Edição do dia

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Após a mesa de discussão, os mais de 500 estudantes que participam do Encontro se prepararam para uma atividade cultural, com a diva funkeira travesti: MC Xuxu. Após o show muito animado e militante, com diversas intervenções contra o machismo, a violência contra a mulher, a LGBTfobia, a equipe do Esquerda Diário entrou em contato com a cantora e compositora para saber sua opinião sobre a campanha #NomeSocialÉDireito e sobre os preconceitos que enfrenta por ser militante travesti.

Porque a importância do nome social?

Porque você chama Pedro? Porque você deixou de chamar Pedro? Você chama Pedro porque você identificou com Pedro, gostou do nome. Você deixou de chamar Pedro porque este nome não estava te fazendo bem. Então porque você não pode mudar, se a Nani People pode chamar Nani People, se o Lula pode chamar Lula, se a Wanessa Godoy Camargo, pode chamar só Wanessa Camargo ou só Wanessa. Eu acho muito hipocrisia...tentarem vetar esse direito que é nosso...porque nome social é direito, eu acho que ninguém deveria vetar, por questão de respeito, questão de irmandade mesmo. Acho que a gente não devia nem ta brigando por causa disso, nem ta mendigando esse favor. A gente acaba mendigando uma coisa, que é direito nosso, que as pessoas já deviam ta nos tratando assim, nos chamando pelo nome social, há muito tempo, sem ter que pedir, sem ter que fazer esse alvoroso. A gente não precisa diso porque a gente é humano, a gente é cidadão, e se a gente é humano e cidadão a gente tem direito.

Como você sente o preconceito que existe no meio artistico?

As vezes a pessoa acha...eu não tenho experiência de musica, mas eu aprendi muita coisa, porque eu canto desde os 14 anos dentro de casa, com meu padrasto que já fez música, com karaoke, então eu sou compositora, eu aprendi a ouvir, eu aprendi a escrever, eu aprendi quando eu to desafinando... Mas as pessoas menosprezam isso, elas subestimam a gente que é travesti. Varias vezes eu já fui destratada. Já colocaram pra mim num camarim um balde com água, que no caso não seria o mesmo tratamento que teria talvez qualquer outro artista. Eu não vou colocar a culpa deste copo d’gua por eu ser travesti, mas existem tantos outros fatores que me faz comprovar que aquele balde com água pra mim era só porque eu era travesti, se fosse outra artista não seria. É tanto olhar por cima, é tanta gente subestimando... E a mídia é tão de direita, tão preconceituosa, que acaba dificultando mais ainda... Porque o artista depende muito da mídia para levar seu trabalho. Só que eu também aprendi que a gente pode ir além disso, a gente não precisa de mídia, a gente não precisa que ninguém fique forçando simpatia pra gente. A gente veio pra ocupar, a gente vai ocupar, porque é direito nosso.




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