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Etnocídio | Introdução de ultraprocessados em Belo Monte tem provocado diversas doenças em população indígena

A população indígena das Terras Arara, no Xingu e Iriri, Pará, vem sofrendo graves impactos a partir da introdução de alimentação ultraprocessada.

terça-feira 26 de setembro de 2023 | Edição do dia

A população indígena das Terras Arara, no Xingu e Iriri, Pará, vem sofrendo graves impactos a partir da introdução de alimentação ultraprocessada. A introdução destes alimentos é parte do “Plano Emergencial de Compensação” mediado pela Funai e fornecido pela empresa Norte Energia, empresa que administra e foi responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Os indígenas do povo Arara estão com altos índices hipertensão e diabetes, doenças que antes não atingiam estas populações, sobretudo por possuírem uma alimentação que não levava sal, açúcar e sobretudo não eram de alimentos ultraprocessados e industrializados. Sua alimentação era à base de animais da caça e em base as plantações de seus territórios. 49% dos casos atingia pessoas entre 40 e 59 anos.

Dados recentes, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que desde 2014, foram registrados 45 casos de doenças crônicas não transmissíveis entre os Arara, sendo 86,6% de hipertensão e 13,3% de diabetes.

A Usina Hidrelétrica Belo Monte foi gestada no Governo PT, iniciado com licitação no segundo mandato de Lula e concluído no Governo Dilma. Essa construção tem um impacto ambiental de milhares de quilômetros de terra, afetando diversas áreas dos mais variados povos indígenas e da fauna e flora local, tudo isso sob o apoio e gestão do governo PT.

Os impactos alimentares vem junto do impacto no cotidiano e na vida destas populações, deslocadas do seu local estabelecido historicamente, forçada a migrar, afetada diretamente pelas novas populações residentes no local e também nos impactos ambientais. Diversos povos foram separados, houve um intenso aumento do uso de drogas lícitas e ilícitas, abandono da agricultura de subsistência, aumento do lixo nas aldeias, inadequação das casas construídas, aumento de doenças sexualmente transmissíveis e aumento de doenças crônicas.

Estes casos foram considerados parte de um etnocídio pela justiça em 2020, mas até hoje pouco foi feito para alteração deste cenário. Etnocídio se refere a quando a cultura, costume e modo de vida de um povo são destruídos progressivamente. A empresa Norte Energia descumpre ainda 34 dos condicionantes socioambientais que é obrigada. Sua licença de operação está vencida desde 2021.

Com informações do portal InfoAmazonia
(Foto: Priscila Tapajowara)




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