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Indústria ABC | Implementação de Lay-off na Bridgestone afetará 1608 trabalhadores em Santo André

Multinacional justifica a suspensão temporária devido a "baixa de demanda na indústria de pneus"

sexta-feira 22 de setembro de 2023 | Edição do dia

A Bridgestone, situada na cidade de Santo André, estuda adoção de lay-off (Suspensão temporária do contrato de trabalho). O intuito da multinacional foi confirmado na manhã desta terça-feira (19) por meio de nota.

“Devido à atual baixa demanda na indústria de pneus, a Bridgestone do Brasil informa que iniciou uma negociação com o Sintrabor (Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo) referente a uma redução temporária de produção em sua planta de Santo André e a implementação de um programa de lay-off para sua equipe. Com mais de 95 anos de história no Brasil, a Bridgestone reitera seu compromisso absoluto com as leis vigentes no País”, diz nota da multinacional.

Na reunião realizada na terça-feira (19) a multinacional e o sindicato não tiveram aceitação em alguns pontos referentes às compensações que serão oferecidas aos trabalhadores em lay-off. Ambas as partes não chegaram em uma síntese na definição de itens como vale refeição e convênio médico, incluindo o valor dos salários durante o período de afastamento.
Segundo informações do Sintrabor (Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo) a medida tem previsão de um ano, com os funcionários divididos em quatro grupos de 402. A cada período de três meses, um deles estará afastado do trabalho.
Todas as questões discutidas devem ter definição até sexta-feira (22). Segunda-feira, às 14h00, ocorrerá assembleia, onde as resoluções e acordos serão expostos aos trabalhadores.

Mais uma vez multinacionais alegam crise e despejam nas costas dos trabalhadores o peso da precarização e escassez. Muitas multinacionais têm adotado a prática do lay-off no Brasil (Volks, General Motors e etc), trazendo graves consequências para o dia a dia dos trabalhadores. Essa medida, que as patronais costumam impor alegando necessidade de “reduzir custos”, nada mais é do que lucrar em cima do agravo da situação já precária dos Trabalhadores. O Lay-off, tem sido utilizado como uma solução rápida para enfrentar momentos de crise econômica, no entanto, essa estratégia capitalista acaba por transferir o ônus da situação para os trabalhadores, que sofrem com a perda de renda, incerteza em relação o amanhã e aumento de trabalho para os que ficaram no chão de fábrica, trazendo um aumento considerável de acidentes de trabalho e problemas psicossomáticos.
Além disso, todo lay-off implementado pelas multinacionais todas as vezes não são acompanhados de medidas efetivas, nem tão pouco em uma recolocação do trabalhador no mercado de trabalho, o que resulta em um cenário desolador, no qual os trabalhadores são obrigados a migrar para atividades em plataformas deixando-os à mercê da instabilidade e falta de perspectivas futuras. Essa precarização potencializada pelas multinacionais em medidas pragmáticas oferece impactos psicológicos nos trabalhadores, toda a incerteza em relação ao retorno ao trabalho, a preocupação com as despesas fixas e básicas, geram um ambiente de estresse e ansiedade para todos os trabalhadores e suas famílias.

É importante ressaltar que a Bridgestone vem atuando em Santo André desde 1940, ocupou a quarta posição do grupo no mundo, tendo faturamentos bilhonários por ano no pais em suas duas plantas (outra em Camaçari (BA)) mostra seu cinismo alegando dificuldades no mercado, quando na verdade possui recursos significativos e transfere os custos das oscilações para a conta dos trabalhadores.

Justamente por isso é preciso exigir que a Bridgestone abra seus livros de contabilidade e mostrar para onde todo o lucro esta indo, se a empresa alega crise precisa provar. Precisamos barrar a implementação de lay-off’s pelas multinacionais no Brasil, precisamos combater e eliminar os agravos que são vividos no dia a dia pela classe trabalhadora que seguem aumentando os níveis de precarização na vida e no trabalho da classe trabalhadora. É fundamental que as centrais sindicais em conjunto com os setores do movimento operário construam um plano de luta tendo como objetivo barrar todos os ataques recebidos pelas patronais. Trabalhadores do Metro e CPTM estão organizando uma forte luta contra as privatização de Tarcísio que, com a privatização da Sabesp, querem vender ate a água para a iniciativa privada, os estudantes e trabalhadores da USP então em luta por contratação de professores e contra a precarização da educação. Esse é o caminho que as centrais sindicais precisam seguir para barrar os ataques na indústria.




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