Governo de SP e Metrô avançam em projeto de privatização em audiência pública. Metroviários realizam manifestação para dizer não à privatização.
domingo 25 de setembro de 2016 | Edição do dia
O Governo do Estado de São Paulo e o Metrô de São Paulo apresentaram na última sexta-feira, dia 23, em audiência pública, parte do projeto de privatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro da rede metroviária de São Paulo. A atividade contou com uma manifestação dos metroviários e do Sindicato que foram para dizer que não aceitarão o projeto de privatização do Estado e do governo golpista de Temer.
Paulo Menezes de Figueiredo, diretor-presidente do Metrô, foi quem apresentou o projeto e comunicou que a iniciativa privada ficará responsável pela operação (venda de bilhetes e atendimento ao usuário) e manutenção das Linhas, e sua construção será de responsabilidade do Estado. As linhas serão entregues à iniciativa privada prontas, com novos trens e sistema implementado. Ou seja, o Estado garantiria as linhas e os empresários e a iniciativa privada lucraria em cima dela.
José Carlos Nascimento, diretor financeiro do Metrô, afirma que as empresas receberão R$ 1,69 por passageiro transportado, em uma expectativa de 855 mil passageiros por dia na linha 5-Lilás e 185 mil na Linha-17. Tal contrato teria, a princípio, 30 anos de duração.
A concorrência está prevista para ser aberta em dezembro deste ano, e poderão concorrer empresas estrangeiras e nacionais, podendo as mesmas que hoje estão envolvidas nos escândalos de corrupção concorrer, por exemplo as que estão sendo hoje denunciadas no Propinoduto e na Lava Jato.
Os metroviários que marcaram presença na consulta pública se manifestaram contrários ao projeto de privatização, com faixas, cartazes e falas no plenário.
Entre as perguntas feitas à direção da empresa, foi questionada a expansão da Linha 5-Lilás, inicialmente proetida pelo governo para chegar até o bairro do Jardim Ângela, Zona Sul de SP. Os representantes do Metrô e do Governo afirmaram que a extensão será apenas até a estação Brooklin, cancelando o projeto original e provando ser uma grande propaganda enganosa do golpista Geraldo Alckmin acerca da expansão da malha metroviária na cidade de SP.
Questionados sobre o que acontecerá com os funcionários que hoje trabalham na Linha 5-Lilás após a venda desta linha para os grandes empresários privatizantes, a empresa respondeu que "aqueles que estiverem trabalhando na linha serão realocados e reaproveitados nas demais Linhas", não se manifestando acerca da possibilidade de terceirização. A categoria segue preocupada com a situação dos trabalhadores, pois alguns já foram deslocados e há até mesmo demissões.
Marilia Rocha, operadora de trem da Linha 3 vermelha e demitida política da greve de 2014, e Diana Assunção, diretora licenciada do Sintusp e candidata a vereadora do MRT pelo PSOL, estiveram presentes na audiência pública e em vídeo denunciaram a política privatista do governo:
Fonte: Contém informações do site da Fenametro
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