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UERJ | Estudantes desocupam a UERJ e votam continuidade da luta contra os cortes

sábado 19 de dezembro de 2015 | 00:00

Iniciada há mais de três semanas chegou ao fim a ocupação da UERJ na noite desta sexta-feira. Os estudantes ocupavam a universidade protestando contra o atraso das bolsas e não pagamento dos terceirizados. Sua ocupação também questionava os profundos cortes ao orçamento das universidades que tem sido feito pelo governador Pezão.

A ocupação e greve dos estudantes aconteceu em meio ao atraso do pagamento de todo funcionalismo do estado do Rio de Janeiro, inclusive técnicos administrativos e professores da universidade e em meio ao não-pagamento do 13ºo salário. Enquanto ocorria a ocupação e greve em todos os campi da universidade estadual, diversos órgãos públicos sobretudo da saúde foram fechando suas portas ou o atendimento emergencial à população. A luta dos estudantes não pode confluir com o funcionalismo devido a falta de iniciativa dos sindicatos, sobretudo aqueles dirigidos pela CUT e CTB que apoiam o governo Pezão, como é o caso do sindicato dos técnico-administrativos, o SINTUPERJ.

A ocupação termina com as bolsas pagas mas com muitos dos terceirizados ainda sem receber e na véspera da votação do orçamento estadual que prevê um corte de 46% no orçamento da universidade, por isto os estudantes votaram um ato na ALERJ nesta data.

Após terminada a votação para desocupar somente no sábado, a ocupação terminou sob pressão da polícia e da justiça com ameaça de prisão dos ocupantes. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) sabia da iminente operação policial e poucos minutos após o término da assembleia, sem nunca ter discutido isto durante a mesma impunha junto ao oficial de justiça o fim apressado da mesma.

É preciso um forte movimento contra os cortes e ajustes

A luta da UERJ ter parecido centrada exclusivamente nos atrasos de bolsas e no não pagamento dos terceirizados, sem mostrar o motivo de fundo, os cortes do orçamento pelo governador Pezão foi uma política consciente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) dirigido pelo PT e PCdoB que não quiseram se enfrentar com “seu aliado”, o PMDB.

Neste conflito muitos estudantes viram o papel do DCE que não colocava sua força para ajudar nos piquetes nem buscava constituir uma direção democrática do movimento, para assim, mais livremente negociar com governo e reitoria o fim do movimento. Por isto foi constituído um comando de greve baseado em delegados dos cursos.

A assembleia de hoje que encerrou a ocupação e a greve votou além do ato contra o corte no orçamento a ser realizado na próxima segunda-feira, 21, uma nova assembleia geral dos estudantes dia 7 de janeiro para avaliar a continuidade do movimento uma vez que se sabe que a batalha encerrada hoje é só uma parte da guerra contra os cortes no orçamento e em defesa das condições de trabalho e estudo.

O Esquerda Diário falou com Carolina Cacau, coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social e militante da Juventude às Ruas sobre esta resolução e ela comentou: “nossa luta não termina aqui, temos um importantíssimo ato segunda-feira, sabemos que os cortes continuarão se os estudantes e trabalhadores não derrotarem o ajuste de Pezão que faz de forma mais agressiva o que governadores de todos partidos fazem em todo o país e que Dilma faz no governo federal. Os terceirizados seguem sem receber era necessário seguir a luta em seu apoio.” A estudante também opinou sobre como derrotar estes ajustes: “nossa luta mostrou a muitos estudantes que é preciso confiar em suas próprias forças, que se contássemos com o apoio do funcionalismo que precisa superar o imobilismo de seus sindicatos, mesmo aqueles dirigidos pela esquerda que se contentaram em ficar marcando “estado de greve” e não uma efetiva mobilização, podemos nos enfrentar com este ajuste. Esta greve e ocupação foi uma escola para centenas de estudantes que tomaram em suas mãos o dia-a-dia da ocupação e os rumos do movimento em seus campi e cursos. A organização democrática dos estudantes, pela base, em um comando eleito em cada assembleia de curso é um exemplo que precisaremos manter nos próximos passos de nossa luta.”




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