Governo Bolsonaro quer duplicar o fundo eleitoral, passando de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Cifra é superior a todas as verbas que retirou das pesquisas científicas no país, que levarão até mesmo a impedimento do desenvolvimento de tratamentos para doenças.
quinta-feira 12 de setembro de 2019 | Edição do dia
Como vem ficando mais claro a cada dia nesses oito meses de governo Bolsonaro, a educação e a pesquisa não valem nada para o capitão de extrema-direita. Apenas [o gasto das passagens aéreas de deputados em 2020 será superior a toda a verba de uma das principais agências de fomento à pesquisa científica do país, a CNPq.
Contudo, apesar de toda sua demagogia contra os políticos, Bolsonaro mostra com ações que eles são os grandes amigos de seu governo, e ele deixa isso claro agora com a intenção de colocar os bilhões que tira da educação no fundo eleitoral que financiará as campanhas de 2020. Hoje já contando com R$ 1,87 bilhão, o governo pretende dobrar essa cifra, e garantir a seus aliados um fundo de R$ 3,8 bilhões no próximo ano. Para se ter uma ideia, isso chegaria a mais da metade do que foi cortado nas universidades do país pelo contingenciamento de Weintraub, um valor de R$ 6 bilhões que hoje faz com que universidades não tenham verba para pagar salários, luz, água e outras despesas de custeio.
Contudo, para aumentar fundo eleitoral, o governo terá que cortar ainda mais em outras áreas. Cortes nos gastos sociais que garantem questões elementares para a vida das pessoas para que sejam garantidas as campanhas de corruptos e vendidos, os mesmos que votaram pelo fim da nossa aposentadoria, pelo teto de gastos em saúde educação, entre tantos outros ataques. Para eles, só importam seus privilégios.