A mídia sionista e a extrema direita a nível internacional apoiam a barbárie promovida por Israel na Palestina, que conta também com o apoio do imperialismo americano. É por isso que as recentes declarações de Lula geram ampla reação nesses setores. É preciso que o Brasil rompa todas as relações com Israel como parte de enfrentar o massacre contra o povo palestino, o sionismo e a extrema direita.
quarta-feira 21 de fevereiro | Edição do dia
O massacre contra o povo palestino já acumula quase 30 mil mortos desde o início da ofensiva em curso. Mesmo assim, a grande mídia brasileira segue embarcada numa histeria pró-sionista, sendo cúmplice direta da barbárie colonialista de Israel, que já assassinou mais de 13 mil crianças. A extrema direita mergulha as mãos no sangue do povo palestino, com uma campanha asquerosa de defesa do genocídio operado por Netanyahu e o imperialismo norte-americano, com Joe Biden à cabeça, pela 3ª vez vetando no conselho de segurança da ONU uma resolução pelo cessar-fogo em Gaza. Essa campanha grotesca da mídia em defesa dos sionistas, cuja política de limpeza étnica e extermínio horroriza o mundo, a alia intimamente com o bolsonarismo e a extrema direita na América Latina (a exemplo de Javier Milei) e no mundo todo.
É por isso que a recente entrevista de Lula na Etiópia, com críticas ao massacre na Palestina, gerou uma ampla reação desses setores, que chegam ao absurdo de acusá-lo de antissemitismo, o que revela o nível de alinhamento de diversos setores com as ações colonialistas das principais potências imperialistas, apoiando com o massacre sionista em curso. São bombardeios diários contra civis, destruindo mais de 70% das moradias em Gaza. Na atual ofensiva, o apoio de Biden tem sido decisivo para que mesmo moções em defesa do cessar-fogo tenham sido até agora sistematicamente vetadas na ONU, garantindo interesses econômicos e militares dos EUA na região.
No Brasil, a extrema direita sionista está articulando um pedido de impeachment de Lula devido a declaração sobre o genocídio do povo palestino. A extrema direita se apoia nos mecanismos autoritários do regime político para demarcar sua posição reacionária e seu acordo com a barbárie promovida pelo Estado sionista, cujas vítimas prioritárias são mulheres e crianças. É necessário rechaçar fortemente esse pedido de impeachment, ainda que não haja, no momento, correlação de forças políticas para que avance.
Após a repercussão internacional, e apesar do chamado ao embaixador brasileiro em Tel-Aviv, a contradição colocada é que o governo Lula mantém até agora todas as relações econômicas, militares e diplomáticas com o Estado sionista, com o Brasil tendo exportado US$ 662 milhões para Israel em 2023. Seu governo mantém vigentes inclusive acordos de colaboração em "segurança" firmados ainda pelo governo Bolsonaro; a Petrobras lucra com a máquina de guerra de Israel, como denunciamos no Esquerda Diário, assim como também é parte de garantir que as armas e a tecnologia militar de Israel sejam parte do que mata e reprime sobretudo a juventude negra nas favelas e periferias com as balas da polícia.
No pedido de impeachment, apesar de a maioria das assinaturas do pedido ser de integrantes do PL, hoje principal partido de oposição ao governo, é chamativo que das 114 assinaturas, 20 sejam de deputados da base do governo (partidos esses que possuem ministério): União Brasil, PSD e MDB são parte dos signatários. Essa é mais uma amostra de que o caminho da Frente Ampla, que elegeu Lula-Alckmin, leva ao fortalecimento da extrema direita sionista, que se coloca ao lado de Israel e dos EUA, que são os responsáveis pelos bombardeios diários que já destruíram a maior parte do território palestino, inclusive hospitais, escolas, universidades.
Por isso, enfrentar o sionismo, a extrema direita e o massacre contra o povo palestino passa pela ruptura imediata de todas as relações entre Brasil e Israel. Para fortalecer o apoio ao povo palestino no Brasil, é necessário que as centrais sindicais (como CUT e CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB), assim como o conjunto das entidades estudantis e movimentos sociais saiam de sua paralisia neste momento em que o debate sobre o genocídio do povo palestino está acontecendo amplamente, e construam em cada local de trabalho e estudo uma mobilização de solidariedade internacional, pois somos uma só classe. Assim, expressar o profundo rechaço às ações sionistas contra o povo palestino e ao apoio imperialista a esse massacre, colocando de pé uma verdadeira força que imponha o rompimento de todas as relações com Israel.
Essa mobilização seria parte de fortalecer a luta pelo imediato cessar-fogo e para que o povo palestino tenha direito e condições materiais para viver e reconstruir suas vidas livremente em seu território, do rio ao mar, inclusive com árabes, judeus e toda a classe trabalhadora convivendo de maneira pacífica, como já ocorreu no passado. Isso só poderá se dar de plenamente com o fim do Estado terrorista e artificial de Israel, em uma Palestina livre, operária e socialista, construída a partir da incansável luta da classe trabalhadora palestina em aliança com os trabalhadores judeus não sionistas, se apoiando na solidariedade internacional que já vem se expressando em diversos países.