Os residentes ameaçaram entrar em greve no final de abril e centenas estão até agora sem receber.
quinta-feira 7 de maio de 2020 | Edição do dia
Imagem: Sérgio Lima/Poder360
“É um descaso que já ocorre há alguns anos. Os ingressantes trabalham com contrato de dedicação exclusiva e sem direito a vale-transporte ou a vale-refeição. Nós decidimos tomar medidas mais drásticas porque, com a pandemia, muitas famílias estão desempregadas e têm no residente a sua única fonte de renda”, disse Átila Tresohlavy, um dos representantes nacionais do Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS) a Veja.
A organização disse que decidiu recorrer à greve porque o Ministério da Saúde tem atrasado os repasses com frequência e não mantém diálogo. O FNRS, afirma ter em mãos uma lista assinada por 700 residentes que não receberam a bolsa-salário, organiza a greve por meio de reuniões online e de grupos de WhatsApp.
São milhares de residentes sem salários. Segundo residente do Hospital Universitário da USP, o número poderia chegar a 80 mil em todo o país nessa condição, mesmo trabalhando 60 horas semanalmente na linha de frente contra o coronavírus. Ao Esquerda Diári uma residente denunciou: "O Brasil pode contar comigo, mas e a gente, pode contar com o Brasil?".
Demonstra mais uma vez que o governo federal não dá condições mínimas para que os trabalhadores da saúde façam seu trabalho e que a população seja atendida dignamente.