“É uma sensação que estamos enxugando gelo” diz trabalhadora da saúde sobre a pandemia

Imagem: Arquivo pessoal/UOL

Segundo a enfermeira, o cenário está muito pior, com pacientes mais jovens e mais graves. Segue relato da trabalhadora: “Sou enfermeira de UTI cardíaca, mas agora voltei a operar no setor de covid-19. Começou tudo de novo, reduzimos os leitos de uma forma geral para focar nos pacientes de covid e temos remanejamento todos os dias. O que mais temos, agora, é UTI covid. Nenhum dos profissionais esperava um caos desse”. Ela diz também: “Presencio histórias marcantes o tempo todo. É aquilo que falo, nós nunca seremos frios, mesmo acostumados a conviver com a morte diariamente”.

Mesmo em meio ao caos da pandemia e exaustão, os trabalhadores terceirizados são obrigados a fazer greve pra poder comer , demonstrando o descaso dos governos federais, estaduais e municipais com os trabalhadores e principalmente os da saúde que vem sendo uma das principais vanguardas no combate a pandemia. Além dos reflexos do sucateamento do sistema de saúde, no qual hospitais de diversos estados podem sofrer apagões e falta de profissionais qualificados.

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No relato, Maria Aparecida expõe: “Sobre a saúde mental, cada um reage de uma forma, mas o desgaste, a tristeza e a angústia vêm. Você observa o ambiente hospitalar, com a demanda triplicada, e nota a sobrecarga de trabalho”. Não é o primeiro relato de um trabalhador da saúde que expõem as condições exaustivas e precárias em que estão trabalhando. Uma pesquisa feita com 15 mil trabalhadores da saúde espalhados por 2.200 municípios do Brasil revelou a precariedade e a falta de segurança que se encontram os trabalhadores da linha de frente do combate à pandemia.

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