×

EUA | Donald Trump quer barrar os muçulmanos de entrarem nos EUA

O senador e pré-candidato republicano à presidência Donald Trump declarou hoje que propõe impedir que todo e qualquer muçulmano entre nos Estados Unidos.

Simone IshibashiRio de Janeiro

quinta-feira 10 de dezembro de 2015 | 02:05

Foto: Correio Braziliense

Utilizando-se da comoção gerada pelos atentados de Paris, e pelas 14 mortes ocorridas em San Bernardino na Califórnia, que o governo norte-americano tratou como terrorismo, Trump declarou que se suspenda de forma “absoluta e total” a entrada dos muçulmanos no país.

Como se não bastasse, também defendeu que o governo norte-americano “aumentasse a vigilância sobre as comunidades muçulmanas” com patrulhas e eventuais fechamentos de mesquitas. Isso se completa com sua política de proibir as eventuais entradas de refugiados sírios no país. Com isso, busca marginalizar e aumentar a repressão contra uma comunidade que totaliza 2% da população norte-americana.

Donald Trump, um dos mais espalhafatosos e decadentes magnatas dos Estados Unidos, se tornou celebridade por participar de reallitys shows em que humilhava e demitia candidatos que disputavam por um cargo em uma de suas empresas. Com essa posição busca ampliar o apoio entre os setores conservadores, e capitalizar eleitoralmente as repercussões dos atentados, para dessa maneira ampliar sua base frente as prévias eleitorais. Mas suas posições foram alvo de críticas inclusive de setores duros do Partido Republicano, como o ex-governador da Flórida, que também concorre nas prévias republicanas, e irmão de ninguém menos que George W. Bush, que as classificou de “loucura”. Se por um lado isso atende às disputas das prévias eleitorais norte-americanas, por outro também são a expressão de que o alto establishment da política dos EUA preocupa-se com os efeitos que declarações desse tipo podem gerar.

As declarações de Trump são a demonstração de até onde pode chegar o cinismo dos políticos imperialistas. Pois todos sabem que num passado muito recente, John McCain, que concorreu à presidência dos EUA pelo mesmo Partido Republicano viajou inúmeras vezes à Síria para encontrar-se com o Exército Sírio Livre, e muitos outros grupos, dentre os quais não se pode descartar que figurassem organizações como a Frente Al Nusra. E, para além disso, é ainda mais público e notório como os Estados Unidos sempre instrumentalizaram essas organizações, quando isso lhes era conveniente. E como se não bastasse a cúpula política do imperialismo ter atuado para derrotar cada um dos levantamentos populares da “primavera árabe”, agora busca-se na voz de uma das figuras mais aberrantes do cenário político norte-americano promover o preconceito e a perseguição contra um setor da população, cuja maioria é composta por imigrantes. Assim são as “grandes democracias” imperialistas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias