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Censura | Dino e STF se juntam à campanha da extrema direita sionista contra Roger Waters

O artista Roger Waters passou a sofrer uma campanha caluniosa internacional por parte da extrema-direita sionista e autoridades estatais, na tentativa de fazer passar a crítica satírica do artista ao fascismo por uma apologia deste. Trata-se de uma ofensiva impulsionada por setores reacionários que buscam censurar as denúncias de Waters contra a crescente violência colonialista de Israel ao povo palestino, repercutindo no Brasil com a ameaça de prisão por Flávio Dino após conversa com Fux (STF).

sábado 17 de junho de 2023 | Edição do dia

Após a apresentação de sua turnê de despedida “This is not a drill” em Berlim, no dia 17 de maio, onde usava o figurino de The Wall (1980), Roger Waters passou a sofrer uma campanha caluniosa internacional por parte da extrema-direita pró-Israel e autoridades estatais, na tentativa de fazer passar a crítica satírica do artista ao fascismo por uma apologia deste.

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Essa ofensiva - em meio a qual até mesmo o Ministro da Justiça brasileiro, Flávio Dino, o ameaçou de prisão - vem sendo promovida por setores sionistas defensores do apartheid levado adiante pelo Estado de Israel contra o povo palestino, denunciado sistematicamente por Waters e que vem se agudizando com o governo da coalização de extrema-direita encabeçada por Netanyahu.

O artista se defendeu nas redes sociais:

Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde ’The Wall’ do Pink Floyd em 1980.

Há anos Waters homenageia vítimas vítimas de violência estatal em seus shows, como já o fez com a jornalista Shireen Abu Akleh, Eric Garner, George Floyd e no Brasil com Mestre Môa, Matheus Castro e Marielle, quando após seu assassinato Waters fez um show criticando Jair Bolsonaro, projetando no palco sua foto com a legenda "fascista" e vestindo uma camiseta com a frase "Lute como Marielle Franco".

Nos somamos à luta das entidadas brasileiras de solidariedade à Palestina, que emitiram uma nota em defesa de Waters, denunciando a instrumentalização da acusação de antissemitismo em defesa do apartheid israelense e a permissividade do Estado brasileiro com essa campanha difamatória.

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É evidentemente crítico o uso da roupa de inspiração nazista nas performances do Pink Floyd e de Roger Waters, sendo escandalosa as posições de Fux e Dino e as ameaças ao artista. Após um pedido da ala sionista da comunidade judaica no Brasil, o ministro do STF Luiz Fux entrou em contato com Flávio Dino e este teria afirmado que mandará prender Roger Waters se este vestir o uniforme no show da turnê no país. A divulgação da conversa abriu um escândalo entre o progresismo e fez o ministro ter de se manifestar negando “censura prévia” e que iria “analisar o caso”, como se houvessem dúvidas sobre o teor de uma apresentação que ocorre mundialmente há mais de 40 anos. Porém, a ameaça de prisão diante da performance e o possível cancelamento do show já se tratam de uma inaceitável censura prévia, de caráter nitidamente político, como medida bonapartista do STF junto ao ministro do Governo de Frente Ampla.

Por isso, nós do MRT e do Esquerda Diário, manifestamos nossa solidariedade a Roger Waters e à causa Palestina, contra toda calúnia da extrema-direita e do sionismo, que buscam calar as vozes de protesto e rebeldia enquanto apoiam um regime de colonialismo, segregação e extermínio étnico no Oriente Médio, criado artificialmente por uma decisão dos países imperialistas - com o apoio do stalinismo - jogando judeus contra árabes. Levantamos o exemplo da unidade entre organizações palestinas e estudantes da Unicamp, que impôs neste ano o cancelamento da feira de universidades israelenses no Brasil, mostrando o caminho da solidariedade internacionalista e que não é possível depositar confiança nos governos de conciliação de classes como os do PT, que apesar da demagogia sustentam um histórico de colaboração com Israel.

Enquanto o imperialismo norte-americano e a extrema-direita internacional tomam Israel como um bastião de seu mais abjeto reacionarismo assassino, a luta do povo palestino no século XXI se levanta como uma bandeira de luta internacional de todos os explorados e oprimidos, principalmente entre os povos árabes. Nós, socialistas revolucionários, levantamos que destruir as bases do Estado sionista de Israel não significa uma solução de dois Estados ou levar adiante uma política antissemita contra os judeus, como os sionistas sempre buscam colocar quando há qualquer crítica à sua política colonialista, esta sim genocida. Mas sim avançar na perspectiva de instaurar, através dos métodos da luta de classes, uma Palestina operária e socialista, que garanta o direito de retorno de todos os refugiados, e onde árabes e judeus possam voltar a conviver em paz, como o era antes da fundação de Israel.




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