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ARGENTINA | Contra o plano de guerra de Milei, Marcha CGT até Tribunais: o sindicalismo combativo e a esquerda mobilizam exigindo uma greve geral nacional.

A central sindical parece reduzir sua estratégia a fazer com que a casta judicial anule ou questione o megadecreto de Milei. Desde de os setores combativos, antiburocráticos e classistas exigem que se coloque em pé uma greve ativa e nacional e um plano de luta. Se somam, ainda, as consignas “abaixo o DNU, o protocolo e a Lei Ônibus”, “não ao plano de ajuste de Milei e do FMI”, e “nenhuma demissão”.

quarta-feira 27 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Nesta quarta, milhares de trabalhadores e trabalhadoras se concentram em frente aos Tribunais Federais na Cidade de Buenos Aires. Isto aconteceu apesar da política da própria CGT, que tentou limitar o impacto da mobilização tanto quanto pôde, como um sinal ao Governo. A convocação, feita pela central resultou relativamente importante, ainda que contra as intenções da direção da própria CGT, que apostou numa mobilização parcial. A direção da central tentou transmitir um recado ao governo.

A direção da CGT parece centrar sua aposta em que seja o Poder Judicial seja quem freie ou limite os efeitos do decreto oficial, que constitui parte de um plano de guerra do Governo e as grandes patronais contra o conjunto do povo trabalhador e as maiores populares. Porém essa estratégia, que leva à desmobilização teve um primeiro tropeço nesta própria quarta-feira, quando o juiz trabalhista José Ignacio Ramonet recusou uma medida liminar da central porque alegou que o DNU ainda não está em vigência.
Durante a concentração e nas declarações aos meios de comunicação, os dirigentes da CGT tentaram majoritariamente mostrar um espírito de diálogo dirigido ao governador ajustador. Assim, se encarregaram de frisar que não existe urgência para chamar a uma greve geral, questão reivindicada por diversos setores políticos e sociais.
Na mobilização participam também o sindicalismo combativo, as organizações sociais opositoras e a esquerda. Essas organizações se somaram de maneira independente e com suas próprias consignas, assim como haviam deixado claro nesta terça feira em uma coletiva de imprensa.

Uma das exigências centrais das organizações combativas e de esquerda as direções sindicais é a de uma convocação a uma greve geral ativa e um plano de luta até derrotar o mega-DNU e o ajuste do Governo de Javier Milei, assim como contra o protocolo anti-piquetes de Patricia Bullrich.

Como parte do Sindicato do Metrô e dirigente do Movimento De Agrupações Classistas (MAC-PTS), Claudio Dellecarbonara havia denunciado que “as medidas de Caputo pulverizaram o salário e depois o megadecreto de Milei impõe uma reforma trabalhista que nos rouba direitos, ataca os acordos coletivos e nos quer amarrados das mãos aos pés para que não exerçamos nosso legitimo direito à greve”.

Diante do “plano de guerra” do Governo, Dellacarbonara propõe que “é mais do que urgente exigir um plano de luta da CGT, CTA e todos os sindicatos. Dentro desse plano é imprescindível colocar em prática uma greve nacional ativa, onde toda a classe trabalhadora, ocupada ou desempregada, possa mostrar sua força”. Ainda afirmou que “não podemos confiar em um Poder Judiciário que já sabemos que atua a favor das empresas e dos poderosos” nem nas “negociações parlamentares para ver quais leis permaneceriam ou não”.

Nesta quarta-feira também se mobilizaram com o sindicalismo combativo as/os deputados do PTS-Frente de Esquerda, entre esses Myriam Bregman e Nicolás del Caño. “Uma das reivindicações mais importantes é impor um aumento emergencial de salários, programas sociais e aposentadorias atualizados pela inflação”.

A esquerda e o sindicalismo combativo apontam para uma visão muito crítica das direções da CGT e CTA, que são as mesmas que bateram recordes de anos sem uma greve geral durante o governo de Frente de Todos, deixando que avançassem os ajustes e a pobreza até a 44%, e agora seguem protelando o mais que urgente chamado à greve geral e ao plano de luta num momento que um brutal plano de ajustes é descarregado sobre a classe trabalhadora. Por isso reivindicam também que é necessário se organizar desde as bases com assembleias em cada local de trabalho para apoiar cada luta, coordenar os setores combativos e também construir mais forças para impor às burocracias que convoquem um plano de luta urgente, saindo de suas confortáveis poltronas.




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