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CONFERÊNCIA INTERNACIONALISTA EM PARIS | Construir uma organização revolucionária internacional

Reproduzimos a saudação de Joe Molina, operário da fábrica Panrico de Barcelona, no ato internacionalista de Paris realizada em 5 e 6 dezembro, contra a ofensiva bélica de Hollande e o “Estado de emergência” na França.

quinta-feira 10 de dezembro de 2015 | 02:14

Bom soir. Meu nome é Joe Molina, e sou trabalhador demitido da fábrica Panrico, na qual mantivemos uma greve de 8 meses, a mais longa desde o final da ditadura de Franco. Esta greve e outras como as de Coca Cola ou Movistar no Estado Espanhol não são lutas isoladas. São parte da resistência operária que está emergindo na Europa nos últimos tempos, como a Amazon da Alemanha, correios ou Air France na França.

É por isso que me sinto orgulhoso de poder estar nesse ato internacionalista. E com o orgulho de pertencer a uma classe trabalhadora que luta por conquistar posições tiradas pelo sistema capitalista.

Compreendi como operário em luta o profundo significado do internacionalismo proletário quando estava em greve. As inumeráveis mostras de apoio, não só verbal, mas presencial, como o acampamento instalado nas portas da fábrica e ajuda econômica para o fundo de greve. Como foi o caso dos companheiros do CCR da França, também do RIO da Alemanha e outros grupos da FT na América Latina, com vídeos e cartas de apoio de outras lutas operárias do mundo nos dando força para seguir na luta.

O internacionalismo operário foi para mim aprender da experiência e da história de Zanon da Argentina, de quem também recebemos o apoio de Raul Godoy. Nunca imaginei que os operários poderíamos ocupar uma fábrica, e expropria-la do patrão.

Sentíamos que não estávamos sós. Apesar de que nossa greve estava sendo traída pela burocracia sindical da CCOO e UGT, que levaram a cabo uma grande traição ao se posicionarem desde o primeiro momento contra a greve, se omitindo nas assembleias de trabalhadores e trabalhadoras.

Recebemos o apoio de muitas organizações, jovens e estudantes e graças a eles pudemos continuar em uma greve tão longa. Entre eles os companheiros do Clase contra Clase e as companheiras do Pão e Rosas, com quem fui confluindo a partir da minha experiência na greve. Uma experiência que me fez entender que a luta de classes e a luta operária não são ultrapassadas, só estavam postergadas. Conhecer a história de Zanon, começar a ler Trotsky e a revolução operária, aprender a desmascarar e lutar contra o freio que é a burocracia sindical. E depois de atuar em comum durante esses 8 meses com os companheiros do Clase contra Clase desde o primeiro dia da greve até o último, hoje est militando com eles e sigo aprendendo a cada dia, participando em qualquer mobilização ou conflito dos trabalhadores que surgirem e ajudando com a experiência que adquiri graças a eles.

A classe trabalhadora durante décadas foi ridicularizada, menosprezada e utilizada como bode expiatório, e consequentemente expulsa da política. No entanto, os trabalhadores e trabalhadoras somos a coluna vertebral sobre a qual se sustenta esse sistema e, portanto, devemos ter um papel dominante e claro, que supere o âmbito da luta sindical. Devemos tomar partido e propomos construir uma organização revolucionária internacional.

Os operários e as operárias temos a capacidade de propormos construir uma alternativa política operária, internacionalista, anti-imperialista e antibelicista que enfrente o giro reacionário e xenófobo, e que se defenda um programa de expropriação dos expropriadores. De nos propormos, mediante o avanço da revolução internacional, abrir o caminho da conquista de governos dos trabalhadores e construção dos Estados Unidos Socialistas da Europa.




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