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Repressão da Frente Ampla | Cláudio Castro recebe apoio de Lula na repressão nas favelas com a “Operação Maré”

terça-feira 3 de outubro de 2023 | Edição do dia

Cláudio Castro e Flávio Dino chegaram a um acordo repressivo contra negros, trabalhadores e o povo pobre, prevendo o envio de 300 efetivos da Força Nacional e mais 270 da Polícia Rodoviária Federal, coordenados junto com as Polícias Militar e Civil do Estado do Rio de Janeiro na “Operação Maré”. Através de Flávio Dino, o governo Lula está investindo também R$ 95 milhões na construção de dois novos presídios federais no Estado do Rio de Janeiro.

Entre Castro e o governo Lula, chegou-se a discutir a possibilidade de uma nova Intervenção Federal no Rio de Janeiro, mas ambos chegaram a um acordo de atuação conjunta, anunciado pelo Ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) como ENFOC – Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas. A sanha repressiva do governo Castro e do governo Lula conta com o apoio da imprensa burguesa tradicional, que veio fazendo campanha por uma ação repressiva, tomando o Complexo da Maré como alvo. O endurecimento dessa ação se dá no contexto do governo Castro, que foi eleito na onda bolsonarista, e que segue firme na política de assassinatos e chacinas da Polícia contra o povo negro e pobre. Em 2022, Castro já era responsável por 3 das 5 maiores chacinas da história do Rio de Janeiro.

A atuação conjunta do governo Lula-Alckmin e do governo do bolsonarista Cláudio Castro escancara mais uma vez o papel reacionário da conciliação de classes quando o tema é a vida da população negra, dos trabalhadores e do povo pobre. A “Operação Maré” é a repetição do que já foi feito pelo governo Lula e Dilma, que realizaram a ocupação militar do Complexo da Maré entre 5 de abril de 2014 e 30 de junho de 2015, sendo responsáveis diretos pela morte de dezenas de inocentes

A “Operação Maré” é mais um exemplo de como Lula vestir um boné escrito “CPX” não passou de pura demagogia eleitoral, já que depois de eleito, seu governo segue colocando em prática a mesma ação repressiva nas favelas que teve nos dois mandatos de Lula e Dilma, lidando com a pobreza através da bala da polícia e mantendo a política de “guerra às drogas”, que nada mais são do que um pretexto para a manutenção do racismo com assassinatos de crianças e jovens negros e pobres nas favelas e periferias. No quesito Segurança Pública, o governo Lula mostra que venceu Bolsonaro nas urnas para depois se aliar com bolsonaristas como Cláudio Castro, no Rio de Janeiro, para seguir na política repressiva a negros, trabalhadores e povo pobre.

Com sua atuação, O Ministro Flávio Dino busca agradar a direita conservadora do país, postulando-se como aquele que “combate o crime organizado”, sem dar ouvido ao que especialistas martelam, como as denúncias de abusos, assassinatos e chacinas realizados por uma das Polícias mais corruptas do país (a do RJ), assim como também não dá ouvidos aos questionamentos contra a “guerra às drogas”, que hoje serve apenas como justificativa conservadora para manter a repressão nas favelas. Se Dino realmente quisesse combater as ditas “organizações criminosas”, buscaria fortalecer a política de legalização das drogas, combinado a investigar as relações dos Militares e da própria Polícia Rodoviária Federal, que, ligados a grandes políticos do próprio Congresso Nacional, atuam se aproveitando da criminalização das drogas para lucrar com o tráfico.

Nenhuma saída que beneficie os negros, trabalhadores e povo pobre, será possível através da conciliação de classes do PT. E inclusive, na Bahia, é o próprio governador do PT, Jeronimo Rodrigues, quem reprime os negros e o povo pobre com sua polícia militar. Por isso é preciso que a esquerda rechace com todas as forças a “Operação Maré”, levantando uma campanha contra a violência policial e as chacinas que atingem principalmente a população negra moradora das favelas, batalhando por justiça para as vítimas da violência do Estado, batalhando para que os sindicatos e a classe trabalhadora assumam essa bandeira como sua.

No dia de hoje (3/10), os estudantes da UERJ farão uma paralisação por justiça às vitimas da violência do Estado, exigindo também medidas de permanência na sua universidade e em apoio às greves que estão colocadas no Estado de São Paulo em categorias como o Metro, Trens e na empresa de saneamento Sabesp, assim como em apoio à outras categorias que paralisaram neste dia. A juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária está construindo esse dia de luta lado à lado como movimento estudantil e chama todos a se posicionar contra a "Operação Maré", em ato que ocorrerá 16h na Candelária. Lá se colocarão junto aos trabalhadores da Petrobras que estarão se manifestando contra as privatizações, aonde também o Movimento Nossa Classe está batalhando para unir as demandas com a defesa de uma Petrobras 100% estatal que seja sob controle dos trabalhadores, incluindo a defesa da reestatização das unidades privatizadas por Bolsonaro, processo que foi continuado por Lula..




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