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Assassinato racista | Casal de rezadores indígenas do território de Guasuty, no MS, é encontrado carbonizado

Nhandesy Sebastiana e Nhanderu Rufino foram achados mortos queimados, após incêndio criminoso que resultou em assassinato, consequência do avanço do discurso de ódio, intolerância religiosa e racismo.

terça-feira 19 de setembro de 2023 | Edição do dia
Casa de reza incendiada em outro episódio de racismo e intolerância contra os povos originários - CIMI/ARQUIVO

Na manhã desta segunda-feira (18), um casal de rezadores de aldeia de território Kaiowá e Guarani, em Aral Moreira, cidade do Mato Grosso do Sul, localizada na fronteira com o Paraguai, foi encontrado carbonizado. Nhandesy Sebastiana e Nhanderu Rufino foram achados mortos queimados, após incêndio criminoso que resultou em assassinato, consequência do avanço do discurso de ódio, intolerância religiosa e racismo.

É um absurdo que isso aconteça e nós do Esquerda Diário nos solidarizamos contra esse ataque. Atualmente estamos vendo no Brasil os povos originários serem atores políticos em revolta contra o Marco Temporal, tese reacionária do Supremo Tribunal Federal (STF) que quer impedir que as terras indígenas sejam demarcadas. Durante os anos de governo Bolsonaro, foi possível enxergar de forma muito concreta que o fortalecimento de um discurso conservador abre espaços para ataques muito profundos contra o conjunto da classe trabalhadora, da juventude e dos setores oprimidos. Um exemplo disso é a Reforma do Ensino Médio, que veio aliada à perseguição de professores com o Escola Sem Partido, para formar trabalhadores submetidos à Reforma Trabalhista. Um ataque como o da tese reacionária do Marco Temporal, abre ainda mais espaço para a violência contra os povos originários, como acontece com a crise Yanomami. Parte disso também foi o avanço de incêndios criminosos de terreiros, contra a população negra e quilombola.

É lutando por medidas como a expropriação de todas as empresas ligadas ao garimpo e demais atividades extrativistas, colocando-as à serviço dos povos indígenas e da natureza com o apoio de ambientalistas e das universidades, defendendo investigações independentes e o julgamento por júris populares eleitos e revogáveis dos crimes dos militares, bem como uma reforma agrária radical que ataque diretamente o latifúndio para expansão das áreas de proteção ambiental e territórios indígenas, que vingaremos nossos mortos.

Por isso é necessário unificar a classe trabalhadora com os povos originários, a juventude e os demais setores oprimidos, para arrancar justiça por cada um que perdemos, contra a intolerância religiosa e o Marco Temporal. Porque em diversas terras indígenas, demarcadas ou não, seguem os relatos de aumento de doenças, óbitos, conflitos entre as comunidades (estimulados por garimpeiros), cooptação de jovens para o crime organizado, o enfraquecimento da agricultura familiar de subsistência e contaminação por mercúrio, como declarou um relatório Yanomami, dizendo que as medidas do governo Lula-Alckmin foram paliativas. Nesse sentido, contra todos os ataques e o Marco Temporal, é preciso se organizar de forma independente dos governos, afinal a conciliação de classes do PT abre espaço para a extrema direita, tendo fortalecido as bancadas do boi, da bala e da biblia em seus anos de governo anteriores, e seu discurso de ódio que dá as bases para o avanço do discurso de ódio, da intolerância religiosa.




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