A nova face do negacionismo de Bolsonaro é negar os próprios absurdos que ele disse e repetiu inúmeras vezes. Em sua live semanal desafiou alguém a mostrar um vídeo ou aúdio em que tenha tratado da covid-19 como ’gripezinha’.
sexta-feira 12 de março de 2021 | Edição do dia
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 11, durante a sua "live" semanal, que nunca se referiu à covid-19 como uma "gripezinha" nem minimizou a gravidade da doença. "Eu quero aqui, rapidamente, dar uma entrada, em especial àqueles que nos criticam sem qualquer base. ’Ah, o governo abandonou no tratamento ao covid, ah, ele é antivacina, ele falou que era uma gripezinha’. Estou esperando alguém mostrar um áudio ou um vídeo dizendo que era uma gripezinha. Estou esperando", declarou Bolsonaro.
Resgatamos duas vezes em que o presidente caracterizou a doença como gripezinha:
"depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar", Bolsonaro em 20/03/2020
"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho", 24/03/2020
Com isso Bolsonaro mostra uma nova face de seu negacionismo, desdizendo os absurdos que disse e repetiu tantas vezes minimizando a gravidade da doença, não só em suas palavras mas também nas suas ações negligentes e assassinas em relação ao enfretamento da pandemia.
Durante a live ele também mudou de postura em relação às vacinas, buscando se comprometer com a compra de vacinas. Sem dar nenhum detalhe, o presidente disse durante a sua "live" que o Brasil terá disponibilizado à população um total de 400 milhões de vacinas contra a covid-19 até o fim deste ano. Enquanto na prática seu ministro da Saúde, o general Pazuello, baixou a projeção de vacinas que o Brasil receberá neste mês, mostrando a debilidade de qualquer plano para promover a imunização geral da população.
Apesar de buscar se relocalizar no discurso, após sofrer vários ataques do ex-presidente Lula, Bolsonaro segue defendendo uma política de mortes e de inação contra a covid-19 , sem oferecer qualquer esperança aos brasileiros. "Nós vamos ter que, infelizmente, aprender a conviver com esse vírus", disse o presidente defendendo ainda a viagem que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e comitiva fizeram até Israel para conhecer o produto.
Nada muito diferente de governadores e demais atores do regime, como deputados e STF, que apesar de um discurso oposto a Bolsonaro ao longo da pandemia tampouco tiveram resultados melhores no combate ao vírus, pois não implementaram medidas consequentes contra a doença. Segue necessário batalhar por medidas consequentes contra a crise sanitária, para frear as mais de 2 mil mortes diárias que ocorrem em nosso país é necessário lutar por testes massivos, leitos de UTI, contratação de profissionais de saúde, distribuição gratuita de EPIs. Um programa que não é do interesse nem de Bolsonaro, nem de nenhum ator desse regime golpista.
