×

Água privatizada | CEDAE privatizada gera falta de água no RJ e é isso que Tarcísio quer em SP vendendo Sabesp

A privatização da água no Brasil tem gerado agravos consideráveis no dia a dia dos trabalhadores e da população pobre, principalmente as que residem em periferias. No Rio de Janeiro, milhares de pessoas sofrem com falta de água, afetando diversas cidades do Estado. Enquanto isso, empresários com suas privatizações, seguem lucrando sem nenhuma intenção de atuar fortemente na melhoria de saneamento básico na região, oferecendo a classe trabalhadora a ausência do item primordial à sobrevivência, deixando em evidência que para os grandes empresários, que são apoiados constantemente por toda governabilidade Lula-Alckmin, nossas vidas podem ser rifadas, desde que os cofres permaneçam cheios.

quinta-feira 7 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Nesta terça-feira (5) o fornecimento de água no Rio de Janeiro foi interrompido devido a manutenção preventiva. A interrupção da produção de água na capital começou por volta das 4h00 da terça (5) e durou um dia inteiro. A Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) do Rio de Janeiro alegou que faria manutenção preventiva no sistema Guandu, responsável pelo abastecimento de cerca de 10 milhões de pessoas. 10 milhões de pessoas sem água em suas casas pagando pela irracionalidade praticada pelos que possuem nossos direitos básicos nas mãos.

Este é um dos exemplos dos ataques que sofremos mascarados de atuações qualitativas em nosso dia a dia. É revoltante que sempre exista o mesmo discurso de que melhorias estão sendo tomadas quando na verdade, a única intenção é sugar todo dinheiro que deveria ser investido em nossa qualidade de vida.

Só nesta semana, a Águas do Rio informou comprometimento no fornecimento de água devido a manutenções e “imprevistos” na operação 5 vezes, ou seja, famílias e moradores de periferia estão tendo comprometimento de água em suas casas, enquanto a Águas do Rio dispara comunicados cercados de preocupações falsas alegando estar sanando o problema o quanto antes.

Discurso que por essência nasce morto, quando em meio a temperaturas altíssimas como temos acompanhado, pessoas ficam sem água em suas casas. Em novembro deste ano, tivemos dias quentes, sendo considerado um dos meses mais quentes do ano, neste mesmo mês, moradores de regiões do Rio sofreram com a falta de água em meio a temperaturas altas com sensação térmica que passou de 50º C, como Guaratiba, que inclusive, moradores da região alegaram que estavam sem água duas semanas e que nem as escolas escaparam. Em Nova Iguaçu, os alunos do Ciep Brigadeiro Teixeira ficaram sem água nas torneiras e bebedouros neste período, morador de Padre Miguel encheu uma máquina com água, e é essa foi sua reserva até que o abastecimento retornasse.

Em agosto deste ano tivemos o comprometimento no fornecimento de água por até 72 horas, sendo recuperada gradualmente. O comprometimento se deu devido ao surgimento de espuma desconhecida na bacia Rio Guandu. A paralisação do fornecimento afetou cerca de sete cidades do Rio de Janeiro, sendo elas, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados. Em investigação, constataram a presença de surfactante, composto químico presente em detergente, sendo despejado de forma irregular nas águas, tratando-se assim de um crime ambiental, que inclusive, é praticado por empresas constantemente em seus descartes indevidos comprometendo a integridade do meio ambiente e principalmente nossas vidas.

Com valores históricos, parte da Cedae foi privatizada em leilão, leilão este que rendeu aos cofres públicos 22 bilhões de reais. A venda também previa um investimento de 30 bilhões de reais feito pelas novas empresas em melhorias no saneamento básico no Rio de Janeiro, mas a pergunta que fica é: Melhorar pra quem?

Pesquisa realizada em novembro mostrou que 17% dos moradores de favelas no Rio ficam sem água duas vezes por semana, enquanto empresários desfrutam de suas piscinas quilométricas no quintal de casa. 69% dos entrevistados acrescentaram que caso a conta de luz fosse reduzida pela metade, poderia usar este dinheiro para comprar comida, deixando claro a situação do trabalhador e trabalhadora que reside nas periferias que precisam escolher entre a luz e o alimento e são presenteados com ausência de fornecimento de água. Um levantamento feito pela Rede Favela Sustentável ainda em novembro, mostrou que mais de 270 mil pessoas que moram nas favelas do Rio deixam de ter fornecimento de água duas vezes na semana, o número representa 17% da totalidade de moradores de 15 comunidades analisadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. 25% dos moradores das favelas do Rio foram identificados em sentir gosto insalubre na água e 31% eram obrigados a tomar água direto da bica para se hidratar, nos fazendo lembrar do escândalo da água podre em meio a votação de privatização em 2017, deixando mais uma vez em negrito que os problemas que implicam diretamente em nossa qualidade de vida não só continuam, mas pioram.

Os valores dos dados em soma com os lucros recebidos com a privatização impressionam, assim como sinaliza de que todo dinheiro será direcionado a interesses privados e não aos interesses que atendem nossa classe. Não podemos esquecer de Março de 2020 onde moradores das favelas do Rio tiveram falta d’água deixando-os mais vulneráveis ao coronavírus, aumentando consideravelmente o número de mortes e contaminação na região. Lembranças como essas devem potencializar nossa sede de luta e fome por vingança de todos os nossos que se foram e que continuam indo pelas ausências impostas pelos causadores dessa crise. Não devemos nos calar frente as privatizações enquanto pessoas como Tarcísio de Freitas impõe privatização após reprimir os que se colocavam contra comemorando como “dia histórico”. O que é histórico para eles é a inclinação a mais precarização na vida.

É urgente um plano de luta contra a privatização da água, assim como, todas as privatizações que tem como intenção principal acabar com nossas vidas. É urgente que os sindicatos e associações de trabalhadores se mobilizem em uma só luta para termos a estatização de todas as empresas sob controle operário para que possamos dar os passos em direção a uma vida sem mazelas impostas pelos capitalistas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias