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Farra Militar | Bolsonaro reduz verba de moradia para R$34 mi e gastou R$150 mi em uma escola militar

No orçamento previsto para 2023, que Bolsonaro enviou ao congresso, o programa de construção de casas populares recebeu 34 milhões, enquanto as verbas destinadas à construção do Colégio Militar de São Paulo foram de cerca de 150 milhões. Bolsonaro corta dinheiro dos investimentos sociais enquanto esbanja dinheiro público para agradar sua base de apoiadores conservadores.

segunda-feira 24 de outubro de 2022 | Edição do dia

O programa Casa Verde e Amarela, que substituiu o programa Minha Casa Minha Vida, teve uma redução de cerca de 95% no orçamento em relação ao ano de 2022. O programa de habitação recebeu apenas R$ 34,2 milhões, um valor miserável inclusive em comparação a projetos de Bolsonaro que visam agradar sua base mais reacionária e conservadora.

O Colégio Militar de São Paulo, ainda em construção, receberá R$ 147 milhões. A pauta das escolas militares é um símbolo da extrema-direita e carro-chefe da campanha de muitos candidatos bolsonaristas. Dessa forma, um único colégio militar vai receber 4,3 vezes mais dinheiro do que o “principal” programa de habitação do governo federal. Previsões indicam que até o final das obras do Colégio Militar, o gasto chegará a 300 milhões.

Enquanto as Universidades Federais e os programas de incentivo à ciência sofreram consecutivos cortes, e enquanto todos os níveis da educação têm seu orçamento estrangulado pelo teto de gastos, Bolsonaro investe uma fortuna para agradar as viúvas e órfãos da ditadura. Os colégios militares atendem uma minoria, em geral classe média, já que o ingresso é por processo seletivo, e tem prioridade de vagas para filhos de militares; têm alto desempenho em avaliações da educação, isso porque receberam cerca de 3 vezes mais por aluno do que as escolas normais da rede pública.

Em programa de habitação, Bolsonaro só investe quando é para favorecer sua base de apoiadores, como os programas de habitação voltados a policiais e militares. No orçamento de 2023, o programa Habite Seguro, que oferece o financiamento para a compra de imóveis para agentes de todas as polícias, receberia R$ 80 milhões em 2023; e o programa de construção de casas para militares da ativa receberia R$ 78,3 milhões.

No governo Bolsonaro, com direito a todas as regalias, com as maiores fatias do orçamento público para sustentar, desde benefícios exclusivos por programas de governo até as grandes farras com churrascadas, sobremesas e, inclusive, próteses penianas via licitações milionárias, os militares nada mais são do que um instrumento de violência, repressão, morte, gentrificação e manutenção da propriedade privada dos capitalistas. Enquanto as polícias militares e o exército cumpriam sua função de reprimir a classe trabalhadora e de matar os pobres, negros e periféricos das maneiras mais brutais possíveis, Bolsonaro e seus aliados tiravam dinheiro público para bancar uma vida de luxo a esses setores, enquanto grande parte da população passava fome, disputando restos na fila do osso e amargando a extrema-miséria.

Veja também: Militarização da educação - Alunos de colégio militar são obrigados a tirarem agasalhos no frio de 6ºC

Bolsonaro privilegia sua base de apoiadores enquanto programas destinados a atender as necessidades da população sofrem apagão. Habitação, educação e assistência social foram áreas que tiveram seu orçamento reduzido, enquanto subiu o gasto em pautas que só servem para assegurar a lealdade do bolsonarismo, como o bilionário orçamento secreto e os programas para agradar sua base conservadora e reacionária.

Precisamos, mais do que nunca, derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo com a força da classe trabalhadora organizada, a única que será capaz de expurgar os militares parasitas do poder e sanar as necessidades do povo, bem como enfrentar os ataques deste governo sanguessuga e dos militares, que trabalham em prol dos capitalistas para arrasar a classe trabalhadora.




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