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RATING DE CRÉDITO | Aumentam as pressões das agências de crédito pela aceleração dos ajustes

O rating soberano do Brasil continua sob pressão, em meio ao aumento de incertezas políticas e econômicas, afirmou a diretora sênior da agência Fitch.

quarta-feira 18 de novembro de 2015 | 00:00

O rating soberano do Brasil continua sob pressão, em meio ao aumento de incertezas políticas e econômicas, afirmou a diretora sênior da Fitch responsável pela América Latina, Shelly Shetty, em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 16. Piora adicional da economia, deterioração mais acentuada das contas fiscais, escalada da dívida bruta e dificuldades extras na governabilidade podem colocar pressão adicional para o rebaixamento da classificação de risco brasileira, diz a diretora.

"A Fitch mantém a perspectiva negativa para o rating, porque acredita que o desempenho fraco da economia e das contas fiscais vai continuar", afirmou. A agência de classificação de risco não vê a estabilização da dívida do governo e segue vendo riscos de piora em suas projeções para a atividade econômica e as contas públicas. Essas preocupações são amplificadas em meio à volatilidade que tem sido observada no mercado financeiro e à falta de "fluidez política", acrescentou.

"O cenário econômico brasileiro está se tornando mais desafiador", disse Shelly, destacando que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 3% este ano e mais 1% em 2016. "Notadamente mais do que o inicialmente previsto", afirmou "As perspectivas de crescimento de médio prazo também são fracas, comparadas a outros grandes mercados emergentes", completou.

No vídeo, a funcionária desta agência de crédito menciona que "três fatores principais contribuíram para o rebaixamento da nota soberana do país", anunciada em 15 de outubro: piora do cenário econômico, dificuldade em seguir com o ajuste fiscal e a difícil situação política.

A "falta de avanço no ajuste" teria impedido a melhora dos números fiscais e o cenário político turbulento tem "dificultado o avanço da agenda econômica do Planalto e contribuído para elevar ainda mais a incerteza".

Shelly também chamou a atenção para o fato de que o aumento da taxa de desemprego do Brasil, o "colapso" do investimento privado e a dificuldade de expansão do crédito mostram as dificuldades que o governo de Dilma Rousseff enfrenta para fazer a economia voltar a crescer.

A previsão da Fitch é de que o déficit siga elevado este ano e no ano que vem, e a relação dívida bruta/PIB bata em 70% em 2016 e siga crescendo.

Previsões dignas dos abutres imperialistas, que impõem aos partidos servis aos capitais estrangeiros (PT, PSDB, PMDB) que cumpram as exigências do mercado internacional e acelerem o ajuste contra os trabalhadores (pedido repetidamente em meios como o Financial Times, o The Economist e outras revistas do capital financeiro). Dilma já se prontificou a atender os pedidos de "incentivo aos investimentos privados". O problema é que a crise do capitalismo é internacional e não fruto de "má gestão": os capitalistas não querem investir mesmo com as mais baixas taxas de juros na história. Os ajustadores não terão caminho livre na América Latina, como prenunciam os primeiros exemplos da resistência latinoamericana contra o imperialismo e seus agentes nacionais.


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