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1 ano do 8J | Ato institucional do 8J em Brasília contou com Alto Comando dos militares e atores do golpe institucional

O ato promovido pelo governo federal e pelo STF, intitulado como “Democracia Inabalável”, visa firmar o pacto da frente ampla selado em 11 de agosto de 2022, que promoveu a candidatura da chapa Lula-Alckmin, junto às instituições golpistas de 2016. O objetivo é tentar garantir estabilidade política do regime pós golpe diante a polarização da extrema direita expressa em 8J de 2023.

terça-feira 9 de janeiro | 02:25

O ato promovido pelo governo federal e pelo STF, intitulado como “Democracia Inabalável”, como analisamos aqui, visa firmar o pacto da frente ampla selado em 11 de agosto de 2022, que promoveu a candidatura da chapa Lula-Alckmin, junto às instituições golpistas de 2016. O objetivo é tentar garantir estabilidade política do regime pós golpe diante a polarização da extrema direita expressa em 8J de 2023.

Como é de praxe do projeto de conciliação de classes de Lula e do PT, não faltaram elogios às instituições mais antidemocráticas do regime Brasileiro. Estas mesmas que sustentaram sua prisão em 2018, impedindo sua candidatura, em um processo explícito de manipulação eleitoral. Estes mesmo que, assim como muitos dos que atualmente participam do atual governo Lula, abriram o caminho para o Bolsonaro chegar a presidência.

Durante a cerimônia no palácio do planalto, em meio ao show de hipocrisias em nome da democracia, foram enaltecidos os altos cargos do judiciário, bastião do racismo do regime brasileiro e do golpismo de 2016, que sustentou o governo de Temer e Bolsonaro, para aplicar as reformas econômicas contra os trabalhadores e a população. Ganharam destaque especial as figuras de Alexandre de Morais e Rosa Weber. Também estiveram presentes Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Também participou a alta cúpula militar, com direito a elogios de Lula. Estavam os comandantes Tomás Paiva (Exército), que atuou na intervenção militar do Haiti e também comandou a Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), em 2012. Marcos Olsen (Marinha), Marcelo Damasceno (Aeronáutica), Renato de Aguiar Freire, ministro-presidente do STM (Superior Tribunal Militar), todos estes carregando a “Medalha do Pacificador”, mesma medalha distribuída durante a ditadura militar para os torturadores Carlos Alberto Brilhante Ustra e major Paulo Malhães, além de soldados que atuaram na repressão da guerrilha do araguaia. Também participaram o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante brigadeiro Joseli Parente Camelo, e o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Marcos Antonio Amaro Santos, que foi chefe do Estado-Maior durante o governo de Bolsonaro. Todos esses militares iniciaram suas carreiras durante a ditadura militar.

Entre governadores, 14 dos 27 atualmente eleitos faltaram ao evento. Entre os presentes estavam Helder Barbalho (MDB) e Raquel Lyra do (PSDB), eleita com votos bolsonaristas em Pernambuco, embora isso não tenha impedido Lula de defendê-la e censurar a categoria da enfermagem que exigia o pagamento do piso salarial enquanto dividiam palanque em evento no estado.

A embaixada imperialista dos EUA, um dos agentes do golpe de 2016, atualmente sob a liderança do democrata Biden, também fez sua presença como parte do pacto de conciliação de classes de 11 agosto de 2020, que promoveu a chapa Lula-Alckmin, pelo Twitter.

Nas capitais dos estados, os atos de rua foram pequenos, com praticamente nenhuma expressão popular, além da militância do PT, PSOL e UP e as direções dos movimentos sociais e centrais sindicais que assinaram o pacto. Em São Paulo, Boulos defendeu a “Democracia Inabalada” enquanto Padre Júlio é perseguido politicamente pela extrema direita devido suas ações filantrópicas e de caridade para pessoas em situação de rua.

Por fim, o propósito do ato ficou circunscrito dentro do que era previsto na análise que indicamos anteriormente. Uma celebração do pacto da frente ampla com as instituições mais reacionárias e anti democráticas do regime brasileiro, coparticipantes do golpe de 2016. O objetivo foi garantir a estabilidade do regime degradado que se perpetrou desde então e zelar pelas contra-reformas e ajustes econômicos que assolam a vida dos trabalhadores e de toda a população oprimida, cortando direitos e verbas dos serviços básicos, acabando com a previdência e enchendo os bolsos de banqueiros e empresários. Desde o regime da constituição de 88 os torturadores da ditadura militar seguem anistiados, o mesmo caminho está sendo pavimentado para os incitadores golpistas e verdadeiros articuladores do 8J bolsonarista de 2023.




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