Mesmo depois de ter sido afastado do policiamento ostensivo por deixar um estudante da Universidade Federal de Goiás hospitalizado, o policial militar Augusto Sampaio de Oliveira recebeu um café da manhã em apoio ao seu feito da Associação dos Oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, na manhã desta quinta (4).
sexta-feira 5 de maio de 2017 | Edição do dia
FOTO: Folha de São Paulo
Durante um confronto nas manifestações do dia 28 de Abril de Greve Geral no país, o estudante Mateus Ferreira da Silva levou um golpe de cassetete tão forte que quebrou no seu rosto por parte de um capitão da PM e foi internado com traumatismo craniano no Hospital de Urgências de Goiânia.
O presidente da Associação, tenente-coronel Alessandri da Rocha Almeida, diz que o café da manhã foi organizado porque “o capitão Sampaio está sendo execrado pela imprensa, entidades de direitos humanos, nas redes sociais, sem que as pessoas saibam a realidade sobre o que aconteceu”, como pode ser visto em matéria da Folha de São Paulo. Além disso, ainda tem a pachorra de afirmar que o policial estava cumprindo sua função.
Como já escancarado aqui, quem possui a ficha suja por crimes por agressão é o capitão de polícia, passando ileso por 4 acusações. E mesmo ainda depois do absurdo de ter aplicado o uso extremo da força sob o estudante, que estava lutando pelos seus direitos em composição à Greve Geral do 28A, recebe um café da manhã em apoio por ter estourado o rosto de um lutador.
Isso só confirma o que defendemos contra a polícia e sua truculência, seja nos morros das favelas, seja no cotidiano da juventude estudante e trabalhadora precarizada, mas também contra a forte repressão aos atos de insatisfação em relação à conjuntura política que nos encontramos atualmente, de Reforma do Ensino Médio, Trabalhista e Previdenciária, além do PL da Terceirização.
Não é uma surpresa, mas, sim, asquerosa, a imposição à juventude e à classe trabalhadora da precarização da vida com os ataques de Temer, assim como temos que enfrentar a polícia no cotidiano e nas manifestações e ainda engolir associação de polícia reiterando a agressão que deixou um estudante em caso grave no Hospital de Goiás. Não podemos aceitar que, nem a polícia de Perillo (governador e comandante máximo da PM de Goiás do PSDB), nem qualquer polícia ameace nossas vidas.
Assim como devemos nos organizar em comitês de base e preparar uma Greve Geral mais massiva até derrubar as reformas de Temer, devemos também lutar pelo fim da polícia, que feriu gravemente Mateus, que prendeu Rafael Braga duas vezes, assassina e injusta, e que não tem vergonha de seu caráter repressor.