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Agustina Pérez | Agustina Pérez: A primeira jogadora trans no basquete feminino da Argentina

Defendendo a camisa do Villa San José, enfrentou o Clube Independiente de Levalle pelo torneio de Honor da Asociación Salteña de Basquet Feminino e viveu um feito histórico para o esporte da bola laranja: passou a ser a primeira jogadora trans a disputar um campeonato oficial.

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 01:49

Defendendo a camisa do Villa San José, enfrentou o Clube Independiente de Levalle pelo torneio de Honor da Asociación Salteña de Basquet Feminino e viveu um feito histórico para o esporte da bola laranja: passou a ser a primeira jogadora trans a disputar um campeonato oficial.

A pouco mais de um mês Agustina Solange Pérez recebeu o reconhecimento a sua identidade de gênero: um novo DNI (cédula de identidade argentina) com seu novo nome. Mas para completar seu sonho precisava enfrentar um outro obstáculo: alcançar que a Asociación Salteña de Basquet Feminino (ASBF) permita a ela integrar alguma equipe feminina, posto que com a sua identidade anterior disputou partidas em categorias masculinas juvenis. A ASBF concedeu a ela essa possibilidade e o clube Villa San José cedeu lugar em sua primeira equipe. Assim, Agustina passa a história desportiva como a primeira jogadora de basquete trans do país.

O site “ Cien x ciento Basquet” destaca que as jogadora do San José apoiaram em todo momento sua nova companheira de equipe e o diretor técnico da equipe, Diego loprete, e deu a ela a camisa número 15 para desde já jogar em condição de visitante na quadra do Club Independiente.

Contudo não foi nada fácil o caminho da estilista de 23 anos até esta grande conquista. “Joguei em times masculinos mas a verdade é que pela minha condição nunca me senti confortável. Os meninos muitas vezes sem se dar conta te fazem se sentir mal. Me reprimia muito, eu sozinha me inibia e acabei deixando o basquete.”
Relatou Agustina a “ Cien x ciento Básquet,” . “Queria ser uma mulher e e ser aceita tal como sou, primeiro por meus pais e depois por meu ambiente social”, completa enquanto explica com alivio que seus pais a apoiaram em sua decisão desde o inicio.
Mas o presente de Agustina segue sendo de luta: o próximo compromisso do San José pela liga salteña era visitar o Villa Belgrano e o sessão “ Alentadooo” do jornal El Tribuno informa que alguns pais do club local pediram a retirada da sua equipe caso o San José inclua Agustina. Ela explica que “ há um acordo firmado entre as autoridades que me permite jogar, ando sempre com esse documento. Espero que a situação não piore por que nós queremos disputar a partida. O direito deve ser igual para todas.”

Agustina Solange Pérez abriu uma importante porta para as pessoas trans nos esportes profissionais. Ela sabe que é parte de uma luta mais profunda e ampla: considera que é necessária uma mudança cultural “tão profunda como a decisão que nós tomamos. Em casas noturnas, restaurantes, lojas, hospitais e muitos lugares em geral, ainda te descriminam”, conclui.




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