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Contra a precarização do trabalho | Abaixo a demissão arbitrária de terceirizado da UFRN: reitoria e D&L são responsáveis! Assine o abaixo-assinado

Nesta quinta, estudantes, trabalhadores e professores da UFRN realizarão uma manifestação, às 14h30, na Reitoria, para entregar um abaixo-assinado contra a absurda demissão de um terceirizado. Confira a reprodução do abaixo-assinado e fortaleça essa luta assinando

quarta-feira 24 de maio de 2023 | Edição do dia

Abaixo-assinado contra a demissão do motorista terceirizado da UFRN

O motorista terceirizado M. T. da S., que há 19 anos trabalha na UFRN, sendo 12 anos como motorista, está sendo demitido arbitrariamente, sem nenhuma justificativa, pela empresa terceirizada D&L. O trabalhador exerce suas atividades no Restaurante Universitário, onde, por ter trabalhado em desvio de função levantando peso (caixas de alimentos), chegou a adquirir uma lesão de tendão no braço direito e foi submetido a tratamento médico, devido ao inchaço, com possibilidade de ter que fazer cirurgia.

No entanto, no início deste mês, o trabalhador terceirizado M. foi surpreendido pelo representante da empresa D&L com o aviso prévio de demissão, sem que fosse apresentada nenhuma justificativa, dizendo ser por “questões administrativas da empresa”. Agora, o trabalhador se encontra à beira de perder a fonte do seu sustento, em um difícil contexto econômico e social que vivemos.

A demissão se torna ainda mais grave quando ela impacta não só o próprio trabalhador, mas também sua família, como a sua esposa com deficiência visual e uma filha com deficiência física, que dependem unicamente de sua renda para sobreviver. Frente a isso, tudo que a Reitoria respondeu a esse trabalhador foi que é direito da empresa demitir, lavando suas mãos tanto sobre o fato de M. ter se lesionado em situação de desvio de função, quanto agora sobre sua demissão.

Cabe acrescentar que, em todos esses anos, o trabalhador terceirizado sempre realizou seu trabalho com dedicação, de forma exemplar, sem nunca ter respondido sequer a uma advertência. Por outro lado, a empresa D&L, que busca demitir esse trabalhador, está há apenas 8 meses contratada pela UFRN e já atrasou várias vezes o salário dos trabalhadores terceirizados motoristas e da construção civil (Canteiro), ocasionando paralisações nos serviços prestados.

Segundo o último ranking, a UFRN está classificada entre as mil melhores universidades do mundo. Esse status foi atingido com o esforço conjunto de pesquisadores, docentes, estudantes e também dos milhares de trabalhadores efetivos e terceirizados da universidade. Mas a realidade é que, por trás da rica e vasta extensão de produção de conhecimento, ela, e todas as universidades do país, utilizam-se da precarização do trabalho e da terceirização, que divide a classe trabalhadora, arranca seus direitos e a descarta como bem entende. A reitoria da UFRN mostra a sua verdadeira cara cínica, perpetuando o trabalho semi-escravo, cuja maioria é de mulheres negras, assim como se eximindo da responsabilidade do não pagamento dos salários e demissões dos terceirizados.

Uma demissão tão arbitrária como esta, contra um trabalhador que tantos anos de sua vida dedicou à UFRN, gera indignação entre os que estudam e trabalham nesta universidade.

Nós, abaixo assinados, exigimos que o Reitor da UFRN, prezando pela vida do trabalhador e de sua família e pelo bom funcionamento desta universidade, que intervenha junto a empresa para a manutenção do emprego do motorista terceirizado.

Assine, clicando aqui

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Essa demissão se somam a outras denúncias de trabalho precário dentro da UFRN, como pudemos ver na luta dos terceirizados da limpeza, dos motoristas e dos canteiros de obra, que arrancaram pela luta o pagamento de seus salários atrasados. Isso mostra que não é um caso isolado, mas sim parte de um projeto neoliberal que descarrega a crise capitalista na classe trabalhadora desde os governos do PT, onde a terceirização triplicou (de 4,1 milhões em 2005 para 12,7 milhões de terceirizados em 2013) e se aprofundou com o golpe de 2016 e suas reformas, como a trabalhista e a lei de terceirização irrestrita.

Atualmente, o governo Lula-Alckmin se nega a revogar essas reformas que precarizam a vida da juventude e da classe trabalhadora e permitem que esse projeto burguês, porta de entrada para o trabalho análogo à escravidão, avance. O governo estadual de Fátima Bezerra (PT) também é parte desse projeto, que não pagou os terceirizados dos hospitais estaduais no início do ano. E, dentro da UFRN, a reitoria de Daniel Diniz faz vista grossa aos abusos das empresas terceirizadas e é parte, assim como em todas as universidades do país, na utilização do trabalho terceirizado para explorar absurdamente o trabalho dentro das universidades.

Tudo isso mostra que a nossa luta contra a terceirização e precarização do trabalho deve se dar independente dos governos, dos patrões e das reitorias e através da aliança da classe trabalhadora, com a juventude e setores oprimidos. Por isso o Pão e Rosas, o MRT e o Esquerda Diário estão impulsionando o Manifesto contra a Terceirização e a Precarização do Trabalho, redigido por Ricardo Antunes (professor de Sociologia da Unicamp), Jorge Souto Maior (professor de Direito da USP), Diana Assunção (fundadora do Pão e Rosas no Brasil) e Valdete Souto Severo (professora de Direito da UFRGS), como uma forte campanha pelo fim da terceirização, revogação integral de todas as reformas. O manifesto pode ser assinado no link: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR131427

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O Esquerda Diário é uma mídia feita por e para trabalhadores, jovens e setores oprimidos, independente dos governos, dos patrões e reitorias, presente em 13 países. Aqui no RN e em todo o Brasil, somos parte de dar voz para luta e denúncias da classe trabalhadora. Se você sofre com as metas e condições de trabalho, envie sua denúncia e seu depoimento, que serão publicadas de forma anônima, para (84) 994560137 ou para @esquerdadiariooficial no Instagram




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