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Palestina | A falsa neutralidade de Lula não aponta responsabilidade de Israel pelo massacre em Gaza

Presidindo o conselho de segurança da ONU, Lula tem adotado uma postura diplomática de negociação com a justificativa de buscar a “proteção de civis” de ambos os lados, uma falsa neutralidade que não se sustenta. Prova disso é que em proposta de resolução que será debatida hoje (18) na ONU há a condenação dos atos terroristas do Hamas mas sem citar os terríveis e brutais crimes de guerra levados a frente pelo Estado de Israel, além de em declaração pública não mencionar a autoria de Israel ao bombardeio que ontem assassinou 500 pessoas, incluindo crianças, que se abrigavam em um hospital em Gaza, um fato que chocou o mundo e que tem dificultado ainda mais a propaganda imperialista em defesa de Israel.

Eduardo MáximoEstudante da UnB e bancário na Caixa

quarta-feira 18 de outubro de 2023 | Edição do dia

Foto: Ricardo Stuckert

Milhões de pessoas ao redor do mundo estão acompanhando com repulsa as atrocidades e o genocídio que o Estado de Israel está cometendo contra o povo palestino. Ontem assistimos ao chocante bombardeio do Hospital Batista Al-Ahli Al-Arabi na Faixa de Gaza, na região de Al-Zaytoun, que assassinou 500 palestinos, incluindo crianças, que se abrigavam no local para se proteger dos bombardeios ferozes e sistemáticos que estão sendo feitos no norte de Gaza.

Somam-se aos crimes de guerra cometidos por Israel no presente conflito a utilização de armas químicas, como o fósforo branco, um elemento altamente incendiário que causa fortes queimaduras que podem penetrar o corpo de uma pessoa até os ossos, elemento que foi banido pelas própria ONU em 1980. Além disso, é criminoso o cerco total que Israel está realizando em Gaza, deixando milhões de pessoas sem acesso à água, eletricidade, alimentos, medicamentos, um bloqueio que atinge a população civil de maneira geral e que não é uma novidade nas ações do Estado Sionista.

Neste cenário, a busca de Lula por um acordo que agrade os Estados Unidos e as demais potências, na prática em uma oposição bastante moderada contra os bombardeios de Israel, nada mais é que ignorar a política colonialista, expansionista e genocida que vem sendo levada a frente pelo Estado de Israel desde sua criação pela própria ONU em 1948. Como já mostramos neste diário, são 75 anos em que Israel promoveu massacres e guerras, com uma força muito assimétrica, expandindo seu território para expulsar o povo palestino com o apoio dos imperialismos dos EUA, França, Reino Unido, o que mostra como a ideia de “dois Estados convivendo pacificamente” como defende Lula não passa de uma ilusão e contribui para a continuidade deste massacre.

A proposta de resolução apresentada pelo Brasil, que foi debatida hoje (18) na ONU e vetada pelos EUA condenava os Hamas em primeiro lugar, e pouco citava os terríveis e brutais crimes de guerra levados a frente pelo Estado de Israel como a explosão do Hospital em Gaza ontem. O chanceler brasileiro, comandado por Lula, tentou costurar uma moção de "consenso" com países que apoiam e financiam diretamente a limpeza étnica praticada por Israel, como é o caso dos EUA. Por isso, ainda que a resolução pedisse por um "cessar fogo", por entrada de ajuda humanitária e fim da ordem de êxodo do povo palestino obrigado a deixar a região norte de Gaza por Israel, ainda assim essa moderada oposição não surtiu efeito e foi rechaçada pelos EUA.

Lula ao se posicionar publicamente contra o bombardeio ao hospital em Gaza também evitou responsabilizar Israel diretamente e sequer mencionou a autoria. Enquanto isso Biden em visita a Israel diz que o bombardeio ao hospital “parece obra do outro lado” criando uma versão, exercitando a mesma prática da extrema direita de criação de Fake News, que melhor convém para os interesses imperialistas.

Leia aqui: O vídeo que Israel usa para negar o bombardeamento do hospital de Gaza é confirmado como fake news

A mesma ONU em que Lula deposita suas esperanças é a que sustenta os interesses de Israel desde 1948 com a criação do Estado de Israel, e, depois, com a "solução de dois Estados" que na prática só garante legitimidade para o Estado Sionista de Israel realizar sua limpeza étnica contra o povo palestino. Uma resposta contundente ao massacre que está sendo levado a frente na Faixa de Gaza é exigir o imediato fim dos bombardeios e da intervenção militar de Israel, a imediata ruptura de relações diplomáticas e militares do Brasil com Israel, responsabilização pelos crimes de guerra, apartheid e limpeza étnica que durante décadas foi levada a frente pelo Estado de Israel.

Defendemos o direito à autodeterminação nacional do povo palestino e lutamos por uma Palestina operária e socialista onde árabes e judeus convivam em paz.

Saiba mais: A guerra de Israel contra o povo palestino e a política externa do governo Lula




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