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PSDB E PMDB | A desfaçatez de Serra em apoio a um eventual governo Temer

O senador do PSDB, José Serra, diz que será uma base de apoio a um eventual governo de "unidade nacional" de Michel Temer do PMDB, caso se efetive o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

quarta-feira 9 de dezembro de 2015 | 00:40

Serra diz que, em caso de impeachment, todos serão chamados a dar uma contribuição e admite colaborar com uma eventual gestão do peemedebista. "Vou fazer o possível para ajudar", disse.

O tucano vai contra a corrente majoritária hoje nas hostes da oposição, segundo a qual é preciso esticar a discussão sobre o afastamento, aproveitando o recesso para ampliar o desgaste do governo. "Temos que ter a responsabilidade de concluir esse processo o mais rápido possível", afirmou. "Começou, agora precisa ter fim".

Esse rápido anúncio de Serra, declarando apoio de pelo menos parte do PSDB a um possível governo de Michel Temer, deve-se principalmente à pressa da burguesia em aplicar as medidas do ajuste fiscal, e ao temor do acirramento da luta de classes, diante de um quadro de piora dos indicadores econômicos (demissões, desemprego) em 2016.

Um governo de Temer necessitaria seguir com as medidas de ataque e repressão aos trabalhadores, o que não seria fácil sem a ajuda da oposição de direita. O tal governo de "união nacional" é o governo de união dos setores burgueses para descarregar a crise sobre os trabalhadores e a juventude.

O PMDB de Temer possui setores entre os mais reacionários da política brasileira. Se por um lado é o partido do machista e homofóbico presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, amplamente denunciado em casos de corrupção ligados a Petrobras, por outro lado, é o partido dos coronéis e do voto de cabresto, principalmente nos locais mais afastados das grandes cidades.

O discurso de Serra sobre as ilicitudes praticadas pela gestão petista é uma hipocrisia do começo ao fim. Seu partido é acusado de diversos crimes, como o mensalão mineiro, o desvio de dinheiro do Metrô de São Paulo e da SABESP, além de comandar a polícia paulista, a mais assassina do mundo.

Um governo de Temer apoiado pelo PSDB é uma aliança, entre outros setores, dos coronéis com os tucanos que desejam os ajustes tanto quanto o governo Dilma e do PT. É mais um governo dos patrões, comprometido com o ajuste fiscal. Diante das possibilidades colocadas pelo impeachment, é preciso notar que nem a continuidade de Dilma no poder, nem os novos arranjos em caso de queda da presidente representam o interesse dos trabalhadores, das mulheres e da juventude. A luta pelos nossos direitos não se decidirá pelo sucesso ou não de um impeachment, mas pela nossa luta nas ruas, escolas, universidades e locais de trabalho. Por isso, levantamos a política da Assembleia Constituinte Livre e Soberana, tal como explicado aqui, como uma saída independente dos trabalhadores contra o governo e a direita.




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