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EFEITOS DA CRISE | 2015: ano de queda nas exportações e importações

Nesta segunda, 4, o governo divulgou os resultados da balança comercial brasileira, que registrou superávit de US$ 6,240 bilhões em dezembro, com exportações de US$ 16,783 bilhões e importações de US$ 10,543 bilhões. O resultado é o melhor para o mês desde 1995, quando começou a série histórica, porém os valores das exportações e importações em dólares foram os mais baixos desde 2009.

terça-feira 5 de janeiro de 2016 | 00:00

Com os números de dezembro, a balança comercial brasileira fechou o ano passado com superávit de US$ 19,681 bilhões. Em 2014, o resultado comercial havia sido deficitário em US$ 4,054 bilhões. Em 2015, as exportações somaram US$ 191,134 bilhões e as importações totalizaram US$ 171,453 bilhões. O resultado das importações no ano é o menor desde 2009, ano em que o Brasil mais sofreu os impactos da crise econômica mundial na indústria, quando ficou em US$ 127,722. Já as exportações também tiveram o resultado mais baixo desde 2009, quando fecharam o ano em US$ 152,994 bilhões.

Dezembro: queda nas vendas de alimentos e matérias-primas e das vendas para o Mercosul

Entre os produtos básicos, os principais decréscimos foram: petróleo bruto (-39,4%, para US$ 876 milhões), minério de ferro (-36%, para US$ 1,3 bilhão) e café em grão (-27,8%, para US$ 450 milhões), estas quedas são reflexo, além de retração da demanda chinesa, da queda nos preços das matérias-primas e commodities. Já os acréscimos no grupo dos básicos, que beneficiaram o setor agrícola, foram registrados na venda de soja em grão (+282,9%, para US$ 282 milhões), milho em grão (+67%, para US$ 1 bilhão) e algodão bruto (+24,5%, para US$ 228 milhões).

Os dados do governo ainda apontam que decresceram as vendas de produtos brasileiros, em dezembro, para o Mercosul (-25,5%) com uma queda de 11,8% para a Argentina por conta da queda na demanda por automóveis e autopeças. No mês de dezembro, o Brasil vendeu 24,8% menos para a Europa Ocidental, 15,7% menos para a África e 10,8% a menos para os Estados Unidos.

Pelo lado das importações, decresceram principalmente, as compras de combustíveis e lubrificantes (-61,9%) – resultado também da queda no preço do petróleo. Em comparação com dezembro de 2014, o Brasil importou 55,6% menos da África, por conta do petróleo bruto, naftas e carvão, 45,8% menos da Ásia, com um decréscimo de 43,2% de compras da China. Essa queda no volume de importações do Brasil em relação ao resto do mundo, é reflexo dos impactos da crise no país, que está levando à queda no consumo e na produção de riquezas, além do aumento da inflação e do desemprego, consequências que são aprofundados pelos pacotes de ajuste neoliberal dos governos.

2015: ano de queda nas exportações e importações

Em relação ao ano de 2015, a queda nas exportações foi puxada sobretudo por menor volume de exportação de produtos básicos, matérias-primas e alimentos (tais como o minério de ferro (-44,8%), petróleo (-27,1%), carne bovina (-18,5%), carne suína (-18,2%) e farelo de soja (-15,9%)), uma queda que é consequência de menor demanda da China e da queda nos preços destes produtos; é importante destacar aqui que a China é o principal parceiro comercial do Brasil.

Pelo lado das importações, os destaques estão na retração de 44,3% nas compras de combustíveis e lubrificantes, de 20,2% de bens de capital, de 20,2% das matérias-primas e intermediários, além de um recuo de 19,6% das compras de bens de consumo. Estes números das importações são também reflexo da queda no consumo interno, da desvalorização dos salários com a inflação e da valorização do dólar (que torna os produtos importados mais caros).

Esquerda Diário com informações da Agência Estado.


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