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DIREITO AO ABORTO | Mulheres fazem ato pela legalização do aborto na frente de delegacia em Copacabana

Na última sexta (08), coletivos de mulheres, como o Finadas do Aborto, o grupo de mulheres Pão e Rosas, e mulheres independentes, realizaram um ato na frente da 12ª delegacia da Polícia Civil em defesa da legalização do aborto e contra a criminalização das mulheres. O ato foi convocado pelo grupo Finadas do Aborto nas redes sociais.

segunda-feira 11 de abril de 2016 | Edição do dia

Fotos: facebook Finadas do Aborto/ divulgação

Na segunda-feira (5), a polícia fez uma operação em uma clínica que realizava abortos clandestinos prendendo dois médicos e uma mulher. Eles foram levados para a delegacia e podem responder por crime de aborto. Segundo ativistas feministas que tiveram contato com a mulher presa, ela ficou horas na delegacia sem comer e sendo induzida a confessar que estava na clínica para abortar, já que estava na sala de espera com uma quantia de dinheiro no valor de R$ 4 mil. Ainda obrigaram-na a assinar um documento comprometendo-se a testemunhar contra os médicos.

Em resposta à mais um fato que criminaliza as mulheres por simplesmente decidirem sobre o próprio corpo e a maternidade, grupos de mulheres fizeram um ato na porta da delegacia em repúdio e pela legalização do aborto. Com uma faixa pendurada nas árvores que dizia “Pela vida das mulheres, legalizar o aborto já! Contra os ataques do governo e do Congresso!, as mulheres fizeram uma intervenção com velas acesas na porta da delegacia, fotos de mulheres vítimas de procedimentos de aborto realizados em condições precárias como Jandira e Elisangela, que morreram em 2014, e cabides com tinta vermelha representando procedimentos usados por mulheres que não têm dinheiro para pagar os valores nas clínicas e passam pelas situações de maior risco.

Desiree Carvalho, estudante de Serviço Social na UERJ e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas, disse: “estamos aqui hoje para dizer: basta de mulheres mortas e criminalizadas por abortos clandestinos! A crise política que ocorre no país mostra que se o impeachment da direita passar, o ataque aos direitos das mulheres serão maiores ainda, mas ser contra o impeachment não significa que defender o governo Dilma e o PT, que nesses 14 anos manteve o aborto ilegal por conta da aliança com os setores mais reacionários, que foram ganhando espaço e atacando os direitos democráticos das mulheres. Por isso devemos seguir nesta luta de maneira militante e independente e impulsionando uma forte campanha pela legalização do aborto nos locais de trabalho e estudos para ganhar as ruas, pois sabemos que essa democracia degradada dos ricos e o Congresso não vão garantir esse direito. Apenas com uma forte mobilização vamos arrancar este direito”.

Veja vídeo da matéria do jornal RJ Notícias da Rede TV, na sexta-feira (8), com entrevista com Desiree do Pão e Rosas e ativistas do coletivo Finadas do Aborto:

O Esquerda Diário entrevistou Maria do Carmo, advogada criminal e ativista feminista, que também esteve presente no ato. Veja o vídeo:




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