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Juventude | Faísca Revolucionária: comunismo, independência política e subversão estética

Nesta semana, em uma thread do twitter, surgiu um debate sobre as estéticas presentes nas juventudes militantes do Brasil. Várias pessoas se interessaram pela estética subversiva da Faísca Revolucionária, e neste artigo iremos explicar um pouco mais sobre os elementos dela.

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

segunda-feira 4 de março | Edição do dia

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Entenda os detalhes por trás da estética e da política da Faísca Revolucionária, os “trotskistas deselegantes” que lutam de forma independente dos governos e reitorias!

O logo dessa juventude é inspirado em uma das muitas artes feitas durante o maio de 68 francês, um ascenso no qual a juventude ocupou universidades e fábricas, junto com os trabalhadores na luta contra a guerra imperialista no Vietnã e a reforma da previdência e universitária, um momento onde a poesia, as aspirações e a luta superaram as direções dos partidos stalinistas naquele momento, como PC francês, e o que aos olhos da burguesia eram utopias, se tornaram o programa e objetivo de milhões de estudantes e trabalhadores.
A chama presente neste logo é inspirado em uma serigrafia que diz "solidários a Flins". Flins é o município francês de Flins-sobre-o-Sena, a 45km de Paris, onde fica a maior fábrica francesa da Renault. Entre maio-junho de 68, essa fábrica entrou em greve total por 33 dias e se tornou palco de uma série de combates violentos entre polícia e trabalhadores com estudantes, que se somaram às manifestações da greve.

A fonte das letras são referência à literatura de cordel, feitas do zero à mão. Já o rosa, tão característico e reconhecível em todas as lutas operárias, estudantis e dos setores pobres e oprimidos da sociedade, expressa a subversão estética e política em contraposição ao
conservadorismo direitoso, misógino e binarista, que no momento de fundação de nossa juventude ficaram marcados pela campanha “meninos usam azul e meninas usam rosa”. Esses são os rosinhas reconhecidos nacionalmente pela defesa dos trabalhadores terceirizados!

A imagem da foice e martelo invertida é como passou a ser utilizada pela 4ª Internacional, fundada em 1938 por Leon Trotski e seus seguidores, como forma de se diferenciar da burocracia stalinista. Ela também busca fugir das estéticas das foices e martelos quadradas utilizadas pelos PCs stalinizados. Longe do conservadorismo, militaresco e nacionalista do stalinismo, a Faísca se inspira no antropofagismo cultural, uma arte internacionalista e livre, presente no trotskismo que teve grande contribuição no Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente de Trotski e Breton.

O nome Faísca é a tradução para o português do Iskra, nome do primeiro periódico político marxista revolucionário de toda a Rússia, dirigido por Lênin e impulsionado pelo Partido Operário Social Democrata Russo, que desempenhou importante papel na criação do Partido Bolchevique.

A Faísca foi fundada em 2016, à luz das potencialidades abertas em junho de 2013 pelo levante da juventude nas ruas, o combate contra o governo de Alckimin em SP; em meio a luta contra o golpe de 2016 e o ascenso da extrema direita com figuras como Temer e Bolsonaro. Este processo deu origem a uma juventude anticapitalista e revolucionária impulsionada pelo MRT e independentes que buscam uma resposta para a crise no Brasil sem confiança na conciliação de classes petista. Formado por estudantes de várias partes do país, entre eles mulheres, negros e LGBTs, somos uma corrente comunista e trotskista do ME que luta pela aliança operário-estudantil, a aliança capaz de derrotar o capitalismo de forma independente do Estado burguês.

Buscamos resgatar o que tem de mais avançado na tradição marxista, internacionalmente, e temos em nossas bandeiras e camisas grandes revolucionários como Marx, Engels, Lenin, Trotski, Rosa Luxemburgo e vários outros. A Faísca está lado a lado dos trabalhadores em cada greve, piquete e manifestações no país, lutando de forma independente do governo Lula-Alckmin que mostra que a conciliação de classes só fortalece a extrema-direita.

Somos os “trotskistas deselegantes” que saíram nas principais mídias burguesas por escorraçar a presença do ministro do STF Barroso no Conune 2023 e que levantaram a luta em defesa da enfermagem e denunciando a papel do bonapartismo judiciário como um dos arquitetos do golpe de 2016, e que lutam pela auto organização dos estudantes independente dos governos e reitorias!

Também defendemos:

  •  Ampliação das cotas étinico-raciais, por cotas trans e rumo ao fim dos vestibulares e estatização das universidades privadas!
  •  Fim da terceirização, efetivação desses trabalhadores sem concurso público já!
  •  Por permanência estudantil de um salário mínimo para toda demanda, gerida por estudantes!
  •  Fim das reitorias, por universidades geridas proporcionalmente pela comunidade universitária e a serviço dos trabalhadores e povos oprimidos.
  •  Por uma Palestina livre do rio ao mar, operária e socialista! Que a UNE saia da sua paralisia e impulsione uma forte campanha nacional desde as bases em defesa do povo palestino e pela ruptura das relações entre Brasil e Israel! Essas fazem parte das nossas principais lutas.

    Rumo ao 8M juntas as companheiras do Pão e Rosas dizemos: Basta de violência de gênero e precarização do trabalho! Abaixo o genocídio na Palestina! Organizar nossa luta independente dos governos e patrões!

    Quer conhecer essa galera que não arreda o pé da independência de classe e da luta pela revolução com muito estilo? Leia o nosso Manifesto Comunismo e Revolução Permanente, um Programa Revolucionária para a Juventude. Se organize e lute com a Faísca por uma vida que valha a pena ser vivida sem as amarras do capitalismo, do racismo e do patriarcado.

    Além disso conheça nossas iniciativas ideológicas como os podcasts Espectro do comunismo e Feminismo e Marxismo e nossa editora Iskra impulsionados de forma independente de todos os governos e patrões.




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