No ato, que participou o dirigente brasileiro Daniel Matos, se destacou a presença das referências das principais lutas operárias da província. Matos é dirigente do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), organização irmã do PTS, que viajou especialmente para a província para participar do único ato internacionalista que se realizou em Mendoza no marco da comemoração do Dia Internacional dos Trabalhadores.
segunda-feira 2 de maio de 2016 | Edição do dia
Matos explicou que o MRT vêm realizando, junto com todas as organizações agrupadas na Rede Internacional do Esquerda Diário, uma campanha contra o golpe institucional e os ajustes. A esse respeito observou: “Nos opomos ao golpe por outros motivos e com outros métodos que o PT. A partir do MRT lutamos por uma saída independente dos trabalhadores no Brasil e a nível internacional. Temos que enfrentar a direita moralizada nas ruas, com os métodos da classe trabalhadora”.
O objetivo do encontro, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, foi “repudiar o golpe institucional no Brasil, que busca impor um governo mais ajustador e entreguista que o de Dilma e Lula, fortalecendo os planos imperialistas no continente”, o que já foi divulgado por Nicolás del Caño alguns dias atrás. Ele também participou de um ato internacionalista, na embaixada do Brasil na cidade de Buenos Aires neste mesmo sábado. Lá, Del Caño disse que “somos aqueles que levantam com força a bandeira da independência política dos trabalhadores. Não apenas nos opomos à direita, mas viemos construindo uma alternativa política independente dos que, durante estes anos, quiseram nos convencer que fazendo uma boa gestão do Estado era possível conciliar empresários e trabalhadores, que todos ganhariam. Scioli havia feito o mesmo que fez Dilma no Brasil quando ganhou as eleições: aplicar um ajuste brutal que não tem nada a dever com o de Macri. E, nas províncias onde a Frente para la Victoria governa, ajusta igual à Cambiemos”.
Em Mendoza, a convocatória foi impulsionada pela senadora provincial Noelia Barbeito. “Com este ato estamos retomando parte de uma enorme tradição de nossa classe” declarou a dirigente da esquerda mendozina, ao que adicionou: “Vamos exigir uma paralisação nacional contra o ajuste de Macri e os governadores. Vamos apoiar as lutas contra as demissões, os tarifaços e os ataques aos salários. Diante do giro à direita no continente e junto com os que enfrentam o capitalismo em todo mundo, batalhamos por uma grande força dos trabalhadores, das mulheres e da juventude”.
Os trabalhadores de ALCO-CANALE foram os primeiros a tomar a palavra por meio de Marcelo Castillo, que denunciou a patronal que está devendo quinzenas de fevereiro e março. Esteve presente também o delegado sindical do Cassino de Mendoza, Pablo Cucci, que comentou a situação atual do conflito que teve 87 dias de acampamento.
Trabalhadores da Samusa, da Secretaria de Agricultura Familiar de Mendoza e delegados de Cuyoplacas foram algumas das delegações operárias, das quais se destacou a das trabalhadoras e trabalhadores da educação organizados na corrente 9 de abril. Após participar do acampamento que o SUTE (Sindicato Unido de Trabajadores de la Educación) e a ATE (Asociación Trabajadores del Estado) constroem e com o início das sessões ordinárias da Assembleia Legislativa de Mendoza, arrumaram um tempo para participar do ato internacionalista.
Também estiveram presentes o dirigente sindical da Acindar, Oscar “Chiche” Hernández, delegações de San Rafael, General Alvear, Tunuyán, Maipú, Las Heras, Godoy Cruz, as deputadas provinciais Macarena Escudero e Cecilia Soria, o vereador Paúl Lecea de Maipú, a vereadora Mailé Rodriguez de Guaymallén e os estudantes da agrupação estudantil La Izquierda al Frente, que através de uma série de cartazes expressou sua solidariedade aos trabalhadores brasileiros e seu rechaço ao golpe institucional no país irmão.
Tradução: Alexandre "Costela"
